Câmara de Hortaliças apresenta ações do programa de produção integrada
“Clima é preocupação para a próxima safra”. “Clima reduz produção mundial”. “Prejuízo com a seca: escassez de chuvas leva à quebra de safra”. “Seca causa prejuízos em três estados”. Notícias como estas sempre desanimam os produtores de soja, porém já existem pesquisas para que este quadro mude. A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola – Coodetec trabalha, desde 2007, na elaboração de uma semente capaz de suportar os efeitos da falta de chuva e, mesmo com pouca água, ser produtiva.
Neste mês, a Cooperativa pediu autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para realizar experimentos em campo, a fim de avaliar a estabilidade produtiva de eventos de soja, contendo o gene p5cs. O mesmo processo já foi realizado no ano passado e, segundo o gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Coodetec, Ivan Schuster, teve resultados promissores.
A pesquisa se concentra em áreas experimentais das unidades da Coodetec em Cascavel (PR), Palotina (PR) e Rio Verde (GO). “Estamos em uma fase que chamamos de teste de conceito. Introduzimos um gene tolerante a seca em plantas de soja e agora vamos avaliar qual a intensidade da proteção que esse gene pode oferecer em uma situação de estresse por falta de água”, detalhou Schuster. Todos os eventos de plantas transgênicas, que estão nesta fase, precisam de autorização da CTNBio para continuação de experimentos, por isso, a Coodetec aguarda liberação para prosseguir com a pesquisa em campo.
No Brasil, apenas Coodetec e Embrapa desenvolvem tecnologias para estresses abióticos e, de acordo com Schuster, as expectativas com relação ao resultado deste estudo são muito boas. “Nós sempre temos pedidos de agricultores por sementes que sejam mais tolerantes a seca, seja transgênica ou convencional. Além disso, outra motivação para a pesquisa é a questão das mudanças climáticas e as previsões sobre os impactos disso na produção de alimentos”, argumentou Schuster.
Mesmo com dois anos de pesquisa, o processo é considerado inicial. Depois de demonstrado que estas plantas tem um nível de proteção maior contra a falta de água, também é preciso comprovar a segurança deste evento na alimentação, meio ambiente e, após isso, submeter este processo a uma aprovação comercial, junto a CTNBio. “Estamos pensando em um horizonte de dez anos para que a semente possa chegar para o agricultor”, explicou o pesquisador.
Andrelise Daltoé
Cooperativa Central de Pesquisa Agricola - COODETEC
(45) 3321-3521
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