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Larvas do predador Ceraeochrysa cincta podem comprometer o controle biológico de pragas da cana-de-açúcar ao se alimentarem de ovos já parasitados pelo parasitoide Trichogramma galloi. O comportamento foi observado em estudo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista e da Universidade Federal de Lavras.
Cientistas avaliaram a interação entre os dois agentes, ambos usados em programas de controle biológico. O objetivo foi verificar se há competição que reduza a eficácia conjunta. Testes de preferência -- com e sem opção de escolha -- mostraram que a predileção de C. cincta varia conforme o estágio larval.
Larvas de primeiro e terceiro ínstar preferiram ovos não parasitados. Porém, larvas de segundo ínstar consumiram majoritariamente ovos já ocupados por T. galloi. A diferença indica risco de predação intraguilda, quando um inimigo natural se alimenta de outro, afetando o sucesso do controle.
O comportamento pode ter relação com necessidades nutricionais específicas. Larvas de segundo ínstar, que sucedem o primeiro estágio menos nutritivo, buscariam alimento mais rico. Ovos com larvas em desenvolvimento ofereceriam maior valor nutricional.
Em condições laboratoriais, a predação de ovos parasitados por larvas de segundo ínstar foi de 76% com escolha e 64% sem escolha. Para larvas de primeiro ínstar, o consumo de ovos não parasitados foi de 70% e 68%, respectivamente. Terceiro ínstar manteve preferência pelos ovos não parasitados.
Os resultados sugerem que, em programas de liberação conjunta, é necessário evitar a predominância de larvas de segundo ínstar de C. cincta. A sincronização dos estágios de desenvolvimento dos agentes pode prevenir competição e manter a eficácia do controle biológico.
Outras informações em doi.org/10.37486/1809-8460.ba20003
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