Reunião do milho acontece em Sertão, RS
A 62ª Reunião Técnica Anual da Pesquisa do Milho e a 45ª Reunião Técnica Anual da Pesquisa do Sorgo terão como local o IFRS/Campus Sertão, no período de 17 a 19 de julho de 2017
A Coffee Science, revista científica especializada em cafeicultura, publicada pela Universidade Federal de Lavras – UFLA, no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, publicou 15 artigos científicos na segunda edição de 2017, entre os quais vale destacar dois que avaliaram perfis sensoriais de cultivares de café. Tais artigos,intitulados 'Perfil sensorial de cultivares de café processados por via seca e via úmida após armazenamento' e 'Ambiente e variedades influenciam a qualidade de cafés das Matas de Minas', concluíram que a combinação dos fatores do ambiente (altitude e orientação da encosta da montanha), atributos positivos das cultivares e processamento (beneficiamento) exercem influência na qualidade da bebida.
Os atributos positivos das cultivares de cafés estão relacionados às características agronômicas desejáveis, como resistência a pragas e doenças, tolerância à seca e insolação, eficiência na absorção de nutrientes, produtividade, entre outras, que associadas às boas práticas de colheita, processamento e beneficiamento melhoram a qualidade da bebida dos cafés. Nesse contexto, a qualidade é determinada por meio de análises sensoriais que consistem basicamente na aplicação de metodologias de avaliação da qualidade baseadas no preparo e prova dos cafés.
Conforme demonstrado nos dois artigos em referência da Coffee Science da edição de 2017 (volume 12, número 2), a qual está disponível na íntegra no site do Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, os cafés objeto das pesquisas foram avaliados segundo o ambiente e variedades (cultivares) para determinar os principais fatores que influenciam a qualidade de cafés.
Assim, em relação especificamente ao artigo Perfil sensorial de cultivares de café processados por via seca e via úmida após armazenamento, convém ressaltar que essa pesquisa visou descrever o perfil sensorial de diferentes cultivares de café processados por via seca (natural) e via úmida (desmucilado), após um ano de armazenamento.
Para tanto, foram avaliados sensorialmente quatro cultivares de café (Catuaí Vermelho IAC 144, Iapar 59, Bourbon Amarelo e Paraíso MG H 419-1), da espécie Coffea arabica L. da safra de 2012/2013. A análise sensorial foi realizada por dois provadores credenciados e habilitados por meio do protocolo da Specialty Coffee Association of America – SCAA.
Dessa forma, os cafés obtidos do processamento natural destacaram-se na maioria dos atributos sensoriais avaliados em relação aos cafés desmucilados, após um ano de armazenamento. As cultivares Catuaí Vermelho IAC 144 e Iapar 59 apresentaram melhor qualidade quando submetidas ao processamento natural. Já os cafés desmucilados obtiveram maiores notas atribuídas às cultivares Bourbon Amarelo e Paraíso.
Com relação ao artigo Ambiente e variedades influenciam a qualidade de cafés das Matas de Minas, ficou demonstrado que os efeitos da orientação da encosta da montanha, altitude e variedade da planta exercem influência na qualidade potencial dos cafés produzidos na região das Matas de Minas (entre altitudes que variam de 600 a 1200 m). No caso, frutos de café (Coffea arabica) das cultivares Catuaí Vermelho e Catuaí Amarelo, provenientes de 14 municípios da região, foram colhidos manualmente no ponto de maturação fisiológica, os quais foram processados, beneficiados e armazenados.
Em seguida foram feitas análises descritivas qualitativas por juízes certificadores, pelo teste de degustação, segundo os mesmos critérios da SCAA adotados pela Brazil Specialty Coffee Association – BSCA. Assim, por meio de análises sensoriais da bebida, foram aplicadas notas aos atributos de qualidade dos cafés objetivando classificá-los de acordo com a influência dos fatores do ambiente e das cultivares. A pesquisa demonstrou que as variáveis fatores do ambiente e cultivares não exerceram muita influência nas notas dos cafés, quando analisadas de forma isolada. A combinação dos fatores do ambiente (altitude e orientação da encosta da montanha) e a variedade (cultivar) da planta exerceu mais influência na qualidade final da bebida do café produzido nas Matas de Minas. Dos atributos analisados, os que mais contribuíram para a caracterização dos cafés da Região foram corpo e doçura.
A revista Coffee Science na edição de 2017 (volume 12, número 2) traz ainda mais treze artigos que também valem a pena serem conferidos na íntegra: Tolerância ao déficit hídrico em mudas de genótipos de café portadores de genes de diferentes espécies; Mapeamento da cultura cafeeira por meio de classificação automática utilizando atributos espectrais, texturais e fator de iluminação; Uso excessivo de nitrogênio gera perda monetária para cafeicultores do Cerrado Baiano; Irrigação por gotejamento e manejo do fósforo no progresso da ferrugem do cafeeiro; Influência da adubação no crescimento vegetativo de cafeeiros na Amazônia sul ocidental; 'Impacto do controle de plantas espontâneas sobre propágulos de “fmas” e micorrização de cafeeiro; Influência da densidade foliar na distribuição de calda no dossel do cafeeiro (Coffea arabica L.); Estatística multivariada aplicada em dados de custos da fase de pós-colheita do café; Análise da variabilidade espacial da força de desprendimento dos frutos do cafeeiro sob pivô central; Fluorescência transiente da clorofila a e crescimento vegetativo em cafeeiro conilon sob diferentes fontes nitrogenadas; Variabilidade espacial de atributos físicos do solo em terra preta de índio sob cultivo de café conilon; Comparação entre amostragem foliar convencional e de precisão para análise de micronutrientes na cafeicultura; e Ácido naftalenoacético associado à adubação potássica na brotação de café conilon.
A Revista Coffee Science, da Universidade Federal de Lavras – UFLA, tem periodicidade trimestral e é publicada online com acesso gratuito. Contempla artigos técnico-científicos originais, os quais estão disponíveis nesta edição postada no Observatório do Café e no site da revista Coffee Science.
Para saber mais sobre o conteúdo completo da revista Coffee Science, UFLA, Consórcio Pesquisa Café, Embrapa Café e Observatório do Café, acesse:
http://www.coffeescience.ufla.br/index.php/Coffeescience
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