ConnectFarm é selecionada para participar do Programa Soja Sustentável do Cerrado

Agtech vai compor portfólio em favor de uma cadeia de suprimentos da soja sustentável, livre de desmatamento e conversão da vegetação nativa

10.03.2022 | 16:08 (UTC -3)
Paulo Roberto D'Agustini
Rodrigo Franco Dias, CEO da ConnectFarm
Rodrigo Franco Dias, CEO da ConnectFarm

A ConnectFarm — plataforma de inteligência de dados que permite monitorar áreas de vegetação, pastagens e cultivo — foi uma das cinco startups selecionadas para participar do terceiro ciclo do Programa Soja Sustentável do Cerrado. As agtechs escolhidas oferecem soluções de regeneração florestal, mercado de carbono, mitigação de impacto, conformidade e monitoramento ambiental. As empresas vão compor um portfólio em favor de uma cadeia de suprimentos da soja sustentável, livre de desmatamento e conversão da vegetação nativa.

Land Innovation Fund e o AgTech Garage são parceiros nesta iniciativa, que tem apoio estratégico da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII). O “Programa Soja Sustentável do Cerrado — fomentando o empreendedorismo e a inovação para a produção livre de desmatamento” terá inicialmente cerca de R$ 2,2 milhões para apoio às startups. Há possibilidade de aumento de receita a partir da entrada de novos parceiros interessados em apoiar o ecossistema de inovação pela sustentabilidade do agronegócio.

Durante a seletiva foram priorizadas alternativas que geram valor à conservação da vegetação nativa em propriedades rurais do Cerrado. Onze finalistas de um total de 54 startups inscritas apresentaram soluções para um comitê formado pelo time AgTech Garage, Land Innovation Fund, Embrapii, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) e Cargill. Os ganhadores foram escolhidos a partir de critérios como inovação, maturidade e modelo de negócio, perfil da equipe e impacto ambiental.

Alinhamento sustentável

A agtech já participa de iniciativas que aliam produtividade, inovação, sustentabilidade e impacto social. Recentemente, a ConnectFarm foi escolhida pela Syngenta para atuar no projeto Reverte, desenvolvido em parceria com a ONG The Nature Conservancy (TNC), que quer recuperar pelo menos 1 milhão de hectares de terras degradadas no Brasil nos próximos cinco anos. Além disso, a startup é uma das consultorias oficiais do projeto Carbono+, da Bayer, que visa conectar o produtor brasileiro ao mercado de carbono. Atualmente, a Connect leva essa tecnologia a produtores rurais de sete estados.

De acordo com o CEO da ConnectFarm, Rodrigo Franco Dias, a seleção para o Programa está em sintonia com uma série de iniciativas em inovação e agricultura sustentável desenvolvidas pela startup. Além das parcerias com as múltis, a empresa tem um comitê permanente de sustentabilidade, promove a inclusão digital de agricultores familiares e pequenos produtores do Rio Grande do Sul e, em parceria com uma escola técnica gaúcha, leva alimentos biofortificados a 6 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social.

“Estamos felizes com a seleção para o Programa Soja Sustentável do Cerrado, pela Land Innovation Fund, pelo AgTech Garage e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII). Temos um alinhamento natural com os princípios de sustentabilidade e geração de valor. Queremos levar a nossa tecnologia em favor de uma produtividade sustentável também para essa nova fronteira agrícola,” declarou o CEO, Rodrigo Franco Dias.

Um olhar para o Cerrado

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Cerrado perdeu 8,351 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa no período de agosto de 2020 a julho de 2021. Isso equivale a cinco vezes e meia o tamanho da cidade de São Paulo. A combinação de terras férteis, disponibilidade de água e relevo plano faz do Cerrado — em especial do Matopiba, fronteira agrícola entre Maranhão, Piauí, Tocantins e Oeste da Bahia — uma região com elevado potencial para o agronegócio, em particular para o plantio de grãos, e aponta para necessidade soluções de inovação para o desenvolvimento agrícola sustentável. 

“As iniciativas selecionadas formam um portfólio de soluções de inovação para a propriedade rural como um todo, capazes de contribuir para a conservação, restauração ou ampliação da área de vegetação nativa, em diálogo com os principais desafios da agenda internacional em favor da sustentabilidade agrícola e mitigação das mudanças climáticas”, afirma Carlos E. Quintela, diretor do Land Innovation Fund, um dos parceiros do programa.

Também foi levado em consideração o potencial de intercâmbio e complementaridade entre os projetos para enfrentar alguns dos maiores desafios da agenda internacional de combate ao desmatamento e mitigação das mudanças climáticas. “Estamos felizes com a qualidade das startups selecionadas. Acreditamos que elas podem contribuir para gerar valor à floresta em pé, estimular a criação de ações e mecanismos financeiros favoráveis à conservação ambiental”, afirma José Tomé, co-founder e CEO do AgTech Garage.

Sobre a ConnectFarm

A ConnectFarm vem se destacando no mercado brasileiro e internacional. São mais de 500 produtores em carteira localizados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. A agtech agora se prepara para ampliar os negócios, com sedes nos Estados Unidos e no Paraguai.

A startup ganhou projeção ao vencer o Desafio Nacional de Máxima Produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), na categoria "Irrigado", em 2020. Uma propriedade em Boa Vista das Missões (RS) alcançou 111,9 sacas de soja por hectare — enquanto a média de produção no Brasil é de 54,5 sacas por hectare.

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