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Impossível discutir sobre plantas daninhas e não abordar um dos maiores fantasmas que ronda o assunto – A resistência aos herbicidas. O assunto causa alarde entre agricultores e muita preocupação entre pesquisadores e agrônomos, já que em situações de descontrole, as plantas invasoras podem causar perdas de mais de 90%. O resultado seria prejuízo certo num momento em que o setor agropecuário serve de esteio para a economia nacional. A solução? Conhecer o problema a fundo, seguindo o que a comunidade científica tem desenvolvido e recomendado em parceria com os profissionais do campo.
Para facilitar esse intercâmbio de informações, o XXX Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, realizado em Curitiba (PR), de 22 a 26 de Agosto, reúne as principais autoridades na pesquisa de plantas daninhas, juntamente com representantes da indústria privada, órgãos públicos e produtores rurais.
Caruru
O evento trará um amplo debate sobre o tema, com detalhes sobre as últimas espécies de plantas invasoras resistentes identificadas em solo brasileiro, como é o caso o Amaranthus palmeri, popularmente conhecida como Caruru. A principal planta daninha das áreas agrícolas dos Estados Unidos foi identificada no Mato Grosso, em áreas com rotação de culturas de soja, milho e algodão, em 2014.
De acordo com a circular técnica nº19/ano 2015, veiculada pelo Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA-MT), quando a população de A. palmeri não é controlada, as perdas de rendimento das culturas podem atingir 91% em milho, 79% em soja e 77% em algodoeiro. Os dados são de lavoras nos Estados Unidos.
O Engenheiro Agrônomo, Dr. Anderson Luis Cavenaghi, professor da UNIVAG - Centro Universitário de Várzea Grande – MT e um dos profissionais que assina a circular acima mencionada, debate o tema durante o painel Novos problemas de resistência no Brasil - Folhas largas, que será realizado na quarta-feira (24), das 16h às 17h45.
“Para evitar que a planta se alastre, existem trabalhos de fiscalização das áreas, realizados pelo INDEA- MT e MAPA – MT, trabalhos de levantamento para identificar a espécie, e pesquisas realizadas por diferentes instituições, buscando avaliar os possíveis manejos para essa planta daninha. Por apresentar característica bastante agressiva esta espécie pode aumentar sua área de dispersão rapidamente. As propriedades infestadas relatam o aumento do uso de herbicidas e por consequência o aumento do custo de produção”, alerta Cavenaghi.
Novas fronteiras – Buva e Amargoso
Consideradas o principal problema do sojicultor, as duas plantas tem expandido sua presença por todo o país. Apesar de preocupante, os pesquisadores afirmam que alternativas de controle implementadas com planejamento, focando em prevenção e seguindo as orientações corretamente, garantem o controle das plantas daninhas, que competem com a soja pela busca de nutrientes.
“As medidas de prevenção e controle devem ser implementadas de forma profissional e com o devido planejamento. O planejamento é feito, na grande maioria das vezes, levando em consideração o custo imediato e deixando de lado o raciocínio do benefício a médio e longo prazo”, explica o professor, Dr. Jamil Constantin, da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Como exemplos de alternativas eficazes “podemos utilizar herbicidas com diferentes mecanismos de ação, combinação de herbicidas com ação em pré e pós emergência, e consolidar sistemas produtivos que resultem em um ambiente desfavorável as plantas daninhas.”, conclui o Dr. Jamil Constantin, que abordará mais detalhes sobre o tema durante a programação científica do CBCPD 2016, na quinta-feira, (25), das 16h às 17h45
Capim-branco
Outra planta daninha resistente que tem preocupado produtores e pesquisadores é o capim-branco (Chloris elata), registrado pela primeira vez em 2015, no estado do Paraná. “Nos últimos anos tem sido observado que algumas aplicações de glyphosate tem falhado no controle desta planta daninha. Assim, o uso frequente deste herbicida pode fazer com essa planta daninha represente um grande desafio para o produtor de grãos no Brasil. O problema também tem sido observado na cultura da cana-de-açúcar, principalmente em carreadores, canais de irrigação, onde o glyphosate não tem controlado a planta daninha com eficácia”, explica o Prof. Dr. Pedro Jacob Christoffoleti , da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ. Christoffoleti participa do painel Novos problemas de resistência no Brasil – Gramíneas, na terça-feira (23) das 13h45 às 15h30.
Serviço:
XXX Congresso Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas - CBCPD 2016
22 a 26 de Agosto - Curitiba-PR - ExpoUnimed
É possível se inscrever no local.
Assessoria de Imprensa: (43) 9176-3374 / imprensa@cbcpd2016.com.br
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