Condições climáticas favorecem colheita do milho e da soja no Rio Grande do Sul

27.04.2012 | 20:59 (UTC -3)
Júlio Fiori

Nesta semana, o ingresso de uma massa de ar frio e seco inibiu a formação de nuvens, associada à ocorrência de chuvas sobre a maior parte do Rio Grande do Sul, deixando as temperaturas do ar baixas em todo o estado. Na Campanha, foram registrados os valores mais baixos - abaixo de 2°C. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (26), as condições climáticas foram propícias para a colheita da soja no RS, que já atinge 87% da área semeada este ano. Esse percentual poderia ser maior, tendo em vista que 13% das lavouras estão em maturação completa. Entretanto, devido ao ano atípico, consequência da forte estiagem ocorrida, ainda surgem algumas solicitações de perícia para o Proagro em algumas regiões, o que faz com que o produtor aguarde a visita dos técnicos para a finalização da colheita nessas áreas. O rendimento médio, em nível estadual, permanece ao redor dos 1.500 kg/ha. Os preços médios da saca de 60 kg oscilaram em alta, variando entre R$ 50,40 e R$ 57,50.

As condições climáticas também favoreceram a colheita das lavouras de milho no Rio Grande do Sul, com o percentual colhido chegando a 80%. Em termos de rendimento, as últimas retiradas em nada alteraram a situação consolidada até o momento, com as produtividades mantendo-se estáveis. No momento, ainda restam 2% da área em fases final de formação de grãos, com 18% das lavouras maduras e prontas para a colheita.

O tempo mais seco também permitiu que os orizicultores realizassem o trabalho de colheita das lavouras sem maiores percalços, alcançando 89% da área cultivada com arroz no Rio Grande do Sul. Os 11% restantes já se encontram aptos para a colheita, que deve ser finalizada em poucos dias. Os rendimentos mantêm-se estáveis em relação às estimativas divulgadas recentemente.

Nas regiões da Fronteira Noroeste e das Missões, está se iniciando o plantio da canola. Há a possibilidade de haver um aumento da área a ser cultivada, devido à necessidade de os produtores que perderam as lavouras de verão recuperarem os prejuízos causados pela estiagem. Na região do Planalto Médio, onde se concentra a maior área cultivada com essa oleaginosa no Estado, poderá ter um incremento de cerca de 15%, devendo chegar a uma semeadura de 20 mil hectares. É nessa região, também, onde estão instaladas as principais empresas de beneficiamento do Estado.

No início de maio, terá início a semeadura do trigo no Rio Grande do Sul. Nesta semana, os triticultores dedicaram-se à aquisição de insumos e à busca de crédito para a implantação da cultura. Há um sentimento, nas diversas regiões produtoras, de que a área a ser plantada deverá sofrer um incremento em relação ao ano anterior. Isso se deve à necessidade de um aumento na receita das propriedades em função da quebra da safra de verão.

Nas regiões do Estado onde a bovinocultura de corte é importante atividade econômica na composição da matriz produtiva, os campos naturais apresentam bom desenvolvimento, com oferta de um volume de pasto suficiente para a manutenção e pequeno ganho de peso dos animais, proporcionando com isso boa oferta de gado gordo. O rebanho bovino de corte ainda apresenta condições corporais satisfatórias, porém, a preocupação dos criadores é com a entrada do outono, devido à redução da disponibilidade de pastos naturais e cultivados, até o estabelecimento das pastagens hibernais, como a aveia e o azevém.

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