Concurso Nacional de Cacau Especial oferece R$ 60 mil em prêmios

Concurso tem o objetivo de incentivar a melhoria da qualidade e da sustentabilidade na produção de cacau do Brasil

21.06.2023 | 14:12 (UTC -3)
Lívia Cabral

Estão abertas até o dia 5 de agosto as inscrições para o V Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil, que seleciona as melhores amêndoas produzidas no país. Nesta edição, os prêmios somam R$ 60 mil, que serão divididos entre primeiro, segundo e terceiro colocados em duas categorias: varietal (uma única variedade genética de cacau) e blend (mistura de variedades). O edital com as informações e formulário para inscrição estão disponíveis no site omelhorcacaudobrasil.com.br.

O Concurso Nacional de Cacau Especial tem o objetivo de incentivar a melhoria da qualidade e da sustentabilidade na produção de cacau do Brasil, divulgando o fruto a partir dos chocolates especiais e promovendo este segmento junto ao consumidor.

A avaliação dos lotes é feita em três etapas. A primeira é um minucioso exame dos aspectos físico-químicos das amêndoas. Depois vem a análise sensorial do cacau em forma de líquor (massa de cacau), ambas etapas feitas nos laboratórios do Centro de Inovação do Cacau (CIC), entidade organizadora do evento, juntamente com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) e Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab). Por último, um júri externo formado por convidados especiais realiza uma avaliação às cegas do sabor do cacau na forma de chocolate 70%.

Gerente de qualidade do CIC, Adriana Reis dá a dica para quem quer começar a produzir cacau especial, cujo valor de mercado chega a mais do triplo do cacau commodity. “Selecionar boas genéticas e frutos saudáveis e sem perfurações na colheita é fundamental para obter um produto de qualidade. É preciso também controlar a quebra dos frutos, evitando danos às amêndoas durante o processamento. O objetivo é garantir que apenas frutos no ponto ideal de maturação sejam utilizados, com polpa translúcida e de bom aroma”. Adriana sugere ainda controlar todas as fases do processo fermentativo, monitorando a temperatura da massa e cuidando da cura das amêndoas na etapa de secagem. O armazenamento adequado também é essencial para preservar a qualidade. “As amêndoas devem ser armazenadas em sacos limpos, em local fresco e ventilado. Isso ajuda a evitar a contaminação por insetos, fungos e odores indesejáveis”, conclui.

Sustentabilidade

O Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil avalia também as condutas de produção dos participantes. Essa avaliação é feita com base no Currículo de Sustentabilidade do Cacau, documento que é referência de sustentabilidade para produtores de cacau, técnicos e instituições na busca pela melhoria contínua da produção atrelada à redução dos impactos negativos oriundos da atividade. No ato de inscrição, os produtores respondem a um questionário sobre produção sustentável e, na etapa final, recebem a visita de auditores em suas propriedades para verificar as informações declaradas. “Os produtores precisam estar atentos ao seu enquadramento nos critérios de sustentabilidade definidos pelo currículo. Precisamos trabalhar a qualidade do nosso cacau, mas mantendo o foco em um modelo de produção sustentável. E, desta forma, contribuir para a melhoria da reputação do cacau brasileiro”, destaca Cristiano Villela, diretor científico do CIC.

Os vencedores serão anunciados no dia 24 de novembro durante cerimônia realizada em Ilhéus, Sul da Bahia. A premiação é uma iniciativa conjunta da cadeia de cacau, patrocinada pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Mondelēz International - Cocoa Life, Nestlé - Cocoa Plan, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Estado do Pará (SEDAP-PA), Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Cacau Show, GS1 Brasil, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-BA) e Harald Chocolates. O Concurso é organizado e executado pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC), em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), AIPC e Abicab.

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