Conab irá percorrer lavouras de trigo no RS para efetuar o Levantamento Objetivo da Produtividade

Projeto é uma tentativa de expandir, para a cultura do trigo, a expertise que a empresa detém nas culturas de soja e milho, com vistas a aumentar a garantia da qualidade dos dados

11.10.2022 | 14:29 (UTC -3)
Conab

Uma equipe de técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá percorrer a partir desta segunda-feira (10/10) as lavouras de trigo no Rio Grande do Sul para efetuar o Levantamento Objetivo da Produtividade (LOP) - Trigo 2022. O trabalho, que teve o planejamento iniciado em julho, segue agora com as etapas de campo até o dia 11 de novembro, podendo se estender por mais alguns dias a depender do calendário da cultura.

“Esse projeto realizado pela Conab é uma tentativa de expandir, para a cultura do trigo, a expertise que a empresa detém nas culturas de soja e milho, com vistas a aumentar a garantia da qualidade dos dados. O Levantamento Objetivo demonstra no campo não só a ação dos efeitos climáticos nas lavouras, mas também o impacto do uso de tecnologias e dos investimentos da agricultura brasileira para o avanço da produtividade, permitindo ao setor identificar oportunidades de melhoria na gestão do processo produtivo”, afirma o diretor-presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.

Ao todo, serão realizados oito roteiros, que devem abranger quase todo o estado, percorrendo as regiões do Alto Uruguai, Planalto Superior, Missões, Planalto Médio e Centro e Sul. Dentre as principais cidades visitadas, destacam-se: Santa Maria, Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Panambi, Palmeira das Missões, Santa Rosa, Ijuí, São Luiz Gonzaga, São Borja, Santiago, Carazinho, Passo Fundo, Erechim, Lagoa Vermelha, Espumoso, Vacaria e Sarandi.

Essa é a terceira vez que a Conab realiza o Levantamento Objetivo da Produtividade no Rio Grande do Sul. Na safra 2020/21 houve um projeto similar feito com a cultura da soja. Devido aos bons resultados encontrados àquela época, a Conab inicia um novo projeto-piloto, desta feita para o trigo. “O trabalho de campo com o trigo, neste ano, é apenas uma das etapas, fruto de muito planejamento prévio, que envolveu a confecção da máscara de cultivos, agrupamento de municípios, sorteio de pontos e identificação de lavouras e produtores, dentro da amostra ideal definida estatisticamente. Além disso, o tratamento estatístico dessas informações deve gerar demandas posteriores, a serem realizadas em laboratório para a quantificação da produtividade das amostras. Isso dá origem a uma metodologia e procedimento de forma a perenizar esse trabalho”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen.

O resultado obtido em relação ao trigo no Rio Grande do Sul deverá também servir de complementação ao tradicional levantamento de safras já executado pela Companhia. Por incorporar uma série de atividades avançadas, principalmente relacionadas à estatística e ferramentas de geoprocessamento, o LOP reflete a nova geração da Conab como empresa inovadora.

Durante o trabalho de avaliação das lavouras in loco, a equipe de técnicos da Conab deve avaliar os efeitos de todas as intempéries que possam ter ocorrido durante o ciclo da cultura e seus reflexos em termos qualitativos e quantitativos. A cultura do trigo, em especial na Região Sul do Brasil, está muito sujeita a perdas por geadas fora de época, que afetam o grão em fases reprodutivas, além do excesso de chuvas nos períodos de floração e no final da maturação, que costumam atrasar a colheita, reduzir a produtividade e a qualidade do produto colhido, além de aumentar a incidência de micotoxinas.

De acordo com a mais recente divulgação da Conab, o Rio Grande do Sul deverá produzir na atual safra 4,2 milhões de toneladas de trigo, distribuídos em 1,4 milhão de hectares. A produtividade estimada até o momento é de 3.006 kg/ha. Esses dados, caso se confirmem ou aumentem, tornam a atual safra a maior já colhida no estado, e consolida o RS como o maior produtor nacional de trigo, com 46% do volume total no país.

O trabalho conta com a colaboração de diversas entidades do setor agro do estado, como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-ASCAR), além de cooperativas agrícolas e outros agentes que atuam nos diversos municípios abrangidos.

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