Como proteger lavouras contra a broca-do-café

Patrick Rodrigues de Souza, consultor do Departamento Técnico da Cocari, compartilha técnicas eficientes contra a praga

03.01.2025 | 16:27 (UTC -3)
Cocari, edição Revista Cultivar

A broca-do-café (Hypothenemus hampei) é a segunda praga mais significativa do café no Brasil, especialmente nas lavouras de arábica. Na fase adulta, o inseto é um pequeno besouro preto que pode causar grandes prejuízos se não for manejado corretamente.

“O manejo da broca do café se inicia com uma boa colheita, eliminando o máximo de grãos na lavoura para retirar a hospedagem da broca. Armadilhas instaladas em pontos estratégicos ajudam a indicar o melhor período de aplicação, sendo que o controle deve ser feito na revoada do inseto, podendo ser químico ou biológico”, explica Patrick Rodrigues de Souza, consultor do Departamento Técnico da Cocari.

Impactos da praga na produtividade do café

Os danos causados pela broca podem ser severos, afetando até 20% da produtividade. O ciclo de vida da broca varia, dependendo das condições climáticas. De acordo com o catálogo da Embrapa, em temperatura de 27 ºC, essa variação do ciclo se dá da seguinte forma:

  • Ovo: 4 dias
  • Período larval: 15 dias
  • Pré-pupa: 2 dias
  • Pupa: média de 8 dias
  • Adulto: macho - 40 dias; fêmea vive em média 156 dias

“A fêmea cria galerias dentro dos frutos, onde as larvas se alimentam das sementes, causando danos severos”, explica Patrick.

As consequências da infestação da broca incluem a queda prematura dos frutos, redução do peso dos grãos e depreciação da qualidade do café, devido ao aumento de grãos brocados.

Foto: L. Shyamal
Foto: L. Shyamal

“Os orifícios nos grãos causados pelas larvas podem servir como porta de entrada para patógenos, resultando em fermentações indesejáveis que comprometem a qualidade da bebida”, alerta Patrick.

Monitoramento e controle eficiente

A broca-do-café sobrevive de uma safra para outra nos frutos remanescentes, o que torna a colheita cuidadosa e o monitoramento essenciais.

“O monitoramento deve começar assim que houver insetos em trânsito, identificado por armadilhas ou visualmente nas lavouras”, reforça Patrick.

Com estratégias como o uso de armadilhas, controle biológico ou químico e atenção ao manejo da lavoura, os cafeicultores podem reduzir significativamente os impactos dessa praga.

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