Valtra lança versão para sementes e fertilizantes da plantadora Momentum
Projetada e fabricada no Brasil, nova versão conta com caixa de fertilizantes e está disponível no mercado com opções de 24 e 30 linhas de plantio
A citricultura brasileira é representativa no cenário mundial, alcançando uma produção de laranja de 16.713.534 toneladas em 2018, cujo principal destino é a produção de suco para exportação. Dentre os estados da região Nordeste, a Paraíba se destaca como maior produtor de tangerina, com produção de 13.257 toneladas no ano supracitado. Assim sendo, a microrregião do brejo paraibano tem maior área plantada em virtude das características edafoclimáticas adequadas para produção de plantas cítricas.
O gênero Citrus (laranja, tangerina, limão, toranja etc) tem se mostrado bastante vulnerável aos diversos problemas fitossanitários que têm surgido ao longo da sua história, acarretando prejuízos consideráveis para a cultura dos citros devido à presença de pragas. Determinadas espécies do gênero Heraclides, que se alimentam especialmente de plantas da família Rutaceae, expandiram sua distribuição geográfica devido à adaptação satisfatória a plantas hospedeiras exóticas pertencentes ao gênero Citrus. Dentre estas ameaças à citricultura, as mais comuns no território nacional são as subespécies Heraclides thoas brasiliensis (Rothschild & Jordan, 1906) e Heraclides anchysiades capys (Huebner, 1809), conhecidas como lagartas desfolhadoras.
As borboletas representam aproximadamente 22 mil espécies descritas, ou seja, 12% do total de lepidópteros no mundo. No Brasil o número de espécies de borboletas descritas é de pelo menos 3.268. A ordem Lepidoptera divide-se em duas superfamílias, Hesperioidea e Papilionoidea. A Hesperioidea abrange apenas a família Hesperiidae; já a Papilionoidea, é composta por cinco famílias Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e Nymphalidae.
A família Papilionidae é dividida em três subfamílias: Baroniinae, Parnassiinae e Papilioninae, sendo todos os representantes sul-americanos pertencentes a este último. Possuem cerca de 27 gêneros e aproximadamente 550 espécies no mundo. Seus representantes são grandes borboletas diurnas com voo ágil e poderoso, todavia geralmente lento. Por sua vez, é uma das famílias mais abundantes. Seus representantes alimentam-se de néctar das flores e são mais abundantes em ambientes úmidos, com árvores nativas e grande diversidade de micro-habitats.
Os representantes da família Papilionidae se distribuem geograficamente por todos os continentes, estando ausentes nos polos do globo terrestre. Estes têm preferência em climas úmidos e tropicais, onde tendem a ser abundantes. Entretanto, algumas espécies do gênero Parnassius voam em áreas montanhosas frias do norte da Ásia, Europa e Estados Unidos da América (EUA).
Representantes dos vários gêneros de papilionídeos demonstraram, em termos gerais, a preferência por seis famílias diferentes de plantas hospedeiras: Magnoliaceae (Protesilaus); Annonaceae (gêneros Eurytides e Mimoides); Aristolochiaceae (Battus, Parides e Euryades); Lauraceae e Berberidaceae (Pterourus) e Rutaceae (Heraclides).
De maneira geral, as lagartas da família Papilionidae podem ser lisas ou com tubérculos claros. As que possuem epiderme nua têm colorações diversas, tais como verde, amarelo e vermelho, sendo frequentemente adornadas com ocelos falsos, que servem para intimidar seus predadores. Tanto as larvas quanto os adultos têm coloração aposemática, alertando sobre sua toxicidade para possíveis predadores.
Os papilionídeos têm crisálida do tipo cingulado, ou seja, descansam de forma ereta ou oblíqua. Eles são ancorados pelo cremaster no final do abdômen e presos por um fio de seda na parte do meio como um "cinto de segurança". A aparência externa da crisálida pode ser lisa, áspera, com tubérculos ou placas salientes de várias cores.
A subespécie Heraclides thoas brasiliensis, é uma borboleta de 130mm de envergadura, com coloração amarela e preta, formando várias manchas e faixas. Suas asas posteriores possuem bordo externo denteado, sendo o último alongado em forma de cauda espatulada, recebendo o nome de “borboletas rabo-de-andorinha”.
As fêmeas colocam os ovos isolados nas folhas. Após quatro a cinco dias, as lagartas eclodem; inicialmente, alimentam-se das folhas jovens e, posteriormente, de folhas mais velhas. As lagartas são verde-escuras com manchas esbranquiçadas e atingem 60mm de comprimento. Vivem agregadas nas folhas durante o dia e ao toque expelem um líquido de odor desagradável através de dois tentáculos, que são expostos no pronoto (osmetério). Uma semana depois, transformam-se em pupas ou crisálidas marrom-acinzentadas, que mimetizam um pequeno graveto suspenso num substrato. Após 25 dias, emergem os adultos.
Em relação à Heraclides anchisiades capys, apresenta 100mm de envergadura, com coloração preta e manchas rosadas no centro da asa posterior. Sua biologia e comportamento são semelhantes aos de H. thoas brasiliensis, exceto pelo fato de que suas lagartas agregam-se durante o dia no tronco ou nas folhas.
O prejuízo é a desfolha nas plantas, iniciando pelas folhas mais novas e, posteriormente, nas folhas mais velhas, prejudicando o desenvolvimento das plantas em altas infestações. Contudo, os papilionídeos geralmente incidem em baixos níveis populacionais nos pomares devido ao controle biológico exercido pela ação de inimigos naturais tanto na fase embrionária quanto larval e pupal. Os espécimes de parasitoides são Copidosoma sp. e Oencyrtus sp. (Hymenoptera: Encyrtidae), Telenomus sp. (Hymenoptera: Scelionidae), Lespesia protoginei, Thysanomyia paulista e Trichopoda sp. (Diptera: Tachynidae), Pteromalus platensis (Hymenoptera: Pteromalidae), Pedinopelte gravenstii (Hymenoptera: Ichneumonidae), Brachymeria ovata (Hymenoptera: Chalcididae), Perissocentrus argentinae e Perissocentrus caridei (Hymenoptera: Torymidae).
As espécies com ação predatória sobre estas duas pragas envolvem os percevejos (Hemiptera) e as vespas (Hymenoptera). Vespas do gênero Polystes geralmente atacam as lagartas de vários gêneros e, às vezes, esvaziam uma planta completa de lagartas. Quando são pequenas, os predadores as pegam por trás e as levam para seus filhos (formas jovens). Em ataques a grandes lagartas, as vespas as cortam em pedaços para extrair reservas de gordura de seu interior, deixando-as moribundas devido a lacerações. Atualmente, tratando-se de controle químico, não há registro de produtos para estes papilionídeos.
Robério de Oliveira, Universidade Federal da Paraíba; Jacinto de Luna Batista e Carlos Henrique de Brito, CCA/UFPB
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