Levantamento de custos de produção aponta boa produtividade de arroz no RS
Produtores da região de Uruguaiana (RS) tiveram bons resultados de produtividade para safra que acaba de ser colhida
A produção de tomate tem grande destaque no cenário brasileiro e a rentabilidade está baseada na produtividade da cultura, isto é, na quantidade e na qualidade dos frutos. O mercado consumidor de frutos in natura exige frutos de maior tamanho, que alcançam preços superiores na comercialização.
Na prática, o emprego de manejos que possibilitem o aumento do tamanho dos frutos é bem utilizado pelos produtores. No entanto, práticas culturais como raleio de frutos, podas de hastes, entre outras, demandam mão de obra e acabam aumentando os custos de produção. Por isso, a utilização de fitorreguladores para uniformizar o tamanho de frutos tornou-se uma prática interessante e viável.
Os benefícios da aplicação de fitorreguladores no manejo do tomateiro são inúmeros, entretanto o mais visado é o aumento da produtividade e da qualidade de frutos.
Também conhecidos como bioestimulantes, biorreguladores ou reguladores vegetais, são substâncias químicas, sintéticas ou de ocorrência natural, e quando aplicadas nas plantas promovem ações similares aos hormônios vegetais, influenciando em diversos processos metabólicos e fisiológicos da planta (Fagan et al, 2015).
De acordo com Taiz e Zeiger (2017), são:
• Substâncias produzidas pelas plantas (endogenamente);
• Não são nutrientes;
• São compostos orgânicos ativos em baixíssimas concentrações que promovem, inibem ou modificam processos metabólicos e fisiológicos.
Atualmente os hormônios vegetais mais conhecidos e estudados por pesquisadores são auxina, giberelina, citocinina etileno e ácido abscísico. No entanto, outros hormônios vegetais como brassinosteroides, jasmonatos, salicilatos e poliaminas também são alvo de pesquisas.
Os hormônios vegetais participam em todo o ciclo de desenvolvimento da planta de tomateiro, atuando desde a germinação das sementes até a maturação. Nas plantas, os hormônios vegetais estão em proporções equilibradas, dependo da fase em que se encontram. Conforme a concentração de cada um dos hormônios, ocorrem modificações quantitativas e/ou qualitativas no desenvolvimento da planta:
• Qualitativamente: os hormônios vegetais promovem a diferenciação das células, caracterizando as mudanças observadas quando a planta passa de estágio vegetativo para reprodutivo;
• Quantitativo: os hormônios vegetais atuam no crescimento em altura e largura, aumentando o tamanho de raízes, folhas, caule, flores e frutos.
Devido à sua mobilidade, os hormônios vegetais atuam no próprio órgão onde que foram produzidos ou em órgãos distantes.
O termo correto seria regulador vegetal ou biorregulador ou fitorregulador, no entanto, estes termos não são reconhecidos pela legislação vigente. Desta forma, os produtos contendo reguladores vegetais sintéticos, puros ou em mistura são registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como “Regulador do Crescimento Vegetal” (Sousa, 2016). Por isso, este é o “nome” descrito nas bulas destes produtos. No entanto, estas substâncias promovem bem mais que crescimento, pois regulam vários processos metabólicos e fisiológicos da planta.
A utilização de reguladores vegetais na cultura do tomateiro, por ser uma técnica recente, tem poucos produtos disponíveis e recomendados para a cultura. Pesquisas demonstram que esta técnica visa melhorar a produtividade, a qualidade e a pós-colheita dos frutos, e que no tomateiro a aplicação de reguladores vegetais depende do balanço hormonal endógeno (níveis de hormônios vegetais produzidos pela planta) em cada fase de seu ciclo. Estas condições podem influenciar o momento da aplicação, o tipo e a dose do regulador vegetal a ser aplicado.
As giberelinas são as mais empregadas para o aumento de produtividade e qualidade de frutos, sendo a GA3 a mais utilizada entre elas. No entanto, a pulverização de auxinas misturadas com giberelinas e citocininas apresenta um efeito sinérgico no crescimento de tomateiros quando aplicadas na fase inicial de desenvolvimento dos frutos, induzindo rápido crescimento e prevenindo a senescência.
Alguns produtos também podem apresentar misturas com aminoácidos, nutrientes ou vitaminas, permitindo que as plantas expressem melhor seu potencial produtivo (Lana et al, 2006). A composição e as recomendações são relativas a cada empresa fabricante. O importante é ficar atento à composição para verificar se o produto tem os reguladores vegetais que promovem o crescimento de frutos (auxinas, giberelinas e citocininas). Em caso de dúvida quanto à composição, consulte seu engenheiro agrônomo.
Os fitorreguladores podem ser empregados tanto no tratamento de sementes como no sulco de semeadura e/ou em pulverizações foliares, em aplicação em fases iniciais da cultura, com o objetivo de melhorar a germinação, a emergência e o desenvolvimento inicial de plantas.
Atuam de forma equivalente aos hormônios vegetais, sintetizados pela própria planta, uma vez que agem influenciando positivamente nos diferentes processos fisiológicos como germinação, floração, frutificação e senescência, regulando a expressão do potencial genético das plantas.
Os fitorreguladores produzidos sinteticamente e comercializados podem conter um ou mais dos hormônios vegetais, em combinação com outras substâncias. Entre os hormônios vegetais promotores de efeitos fisiológicos positivos no crescimento e desenvolvimento das plantas de tomateiro, que são encontrados em produtos registrados como reguladores vegetais ou reguladores de crescimento (Agrofit, 2019), há as auxinas, as giberelinas e as citocininas.
- Promovem o alongamento celular e o crescimento do sistema radicular, do caule e das partes florais.
- Promovem a diferenciação dos tecidos vasculares (xilema e floema) e, assim, melhoram a partição e o movimento de água, nutrientes e fotoassimilados entre os órgãos.
- Controlam a abscisão, inibindo a queda de folhas, flores e frutos.
*Importante ressaltar que o efeito causado pelas auxinas sobre as plantas depende da concentração e do tipo de auxina aplicada.
- Promovem a divisão celular, a diferenciação celular, a maior brotação de gemas e maior expansão de folhas e cotilédones (fonte e dreno).
- Retardam a senescência foliar, mantendo a síntese de proteínas e diminuindo a presença de radicais livres.
- Promovem o maior desenvolvimento dos cloroplastos, com aumento na síntese de clorofila e da enzima rubisco (enzima responsável pela fixação do CO2 em compostos orgânicos, como os carboidratos).
- Estimulam maior abertura estomática, com isso ocorrem maiores trocas gasosas.
- Por isso, também interferem na fotossíntese, aumentando a sua intensidade, resultando em maior produtividade das plantas.
- Promovem a germinação de sementes e a quebra de dormência em algumas espécies, estimulando a produção de enzimas, que atuam na mobilização de reservas armazenadas no endosperma.
- Promovem a divisão e o alongamento celular.
- Estimulam o crescimento do caule, a fixação e o crescimento de frutos.
- Retardam a degradação da clorofila.
Uma série de substâncias com efeito fitorregulador é amplamente utilizada na agricultura. No entanto, no Brasil, devido à legislação vigente, há poucos reguladores vegetais registrados para a cultura do tomateiro. Entre os produtos registrados como reguladores vegetais se destaca o Stimulate, que possui registro também para as culturas de alface, algodão, arroz, café, cana-de-açúcar, cevada, citros, feijão, milho, soja, trigo e uva. Trata-se de um produto classificado como fitorregulador ou bioestimulante que contém uma combinação de três princípios ativos, nas seguintes concentrações: ácido indolbutírico (0,005%), cinetina (0,009%) e ácido giberélico (0,005%), além de 99,981% de ingredientes inertes (de acordo com a bula).
Em função de sua composição, proporção das substâncias e concentração, o produto influencia o crescimento e o desenvolvimento vegetal, estimulando a divisão das células, bem como aumentando a absorção de nutrientes e água pelas plantas.
Reguladores vegetais atuam em baixas concentrações, sendo importante tomar alguns cuidados no momento de aplicação, para garantir ótima deposição do produto e absorção pela planta. Por isso é recomendado verificar o equipamento de pulverização, as condições climáticas e as condições da própria planta.
É muito importante cuidar a dose, seguir a recomendação (bula) e ficar atento! No caso do Stimulate, que contém ácido indolilbutírico (auxina) 0,005%, cinetina (citocinina) 0,009% e ácido giberélico (giberelina) 0,005%, note-se que as concentrações são baixíssimas.
Concentrações inadequadas podem gerar efeitos indesejáveis na planta. Um exemplo típico é o efeito herbicida de altas concentrações de auxina. Por isso, vários herbicidas para controle de dicotiledôneas (comumente conhecidas como folhas largas) como o 2,4-D são formulados com auxina (hormônio vegetal promotor de crescimento), mas que em altas concentrações causam a morte da planta.
Para a planta produzir uma molécula de hormônio vegetal há um gasto metabólico, ou seja, ela gasta energia que poderia usar no crescimento dos frutos, por exemplo. Por isso, quando se faz a aplicação destas moléculas na planta, se está fornecendo a substância pronta, basta a planta absorver e utilizar no seu metabolismo.
Resultado disso - A planta cresce e se desenvolve com maior vigor, melhora a produtividade e a qualidade dos frutos.
Pesquisas têm demonstrado que os efeitos da aplicação de reguladores vegetais em plantas cultivadas têm contribuído para minimizar os efeitos nocivos de estresses abióticos ou bióticos, e melhorar a produtividade das culturas. Estas substâncias também interferem em processos fisiológicos, como a germinação, o desenvolvimento inicial das plântulas, o crescimento e o desenvolvimento do sistema radicular e foliar e a produção de compostos orgânicos.
Janaina Marek, Laís Cristina Bonato Malmann Nedilha, UFPR
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