Produtores esperam abertura de novos mercados para o arroz em casca
Expectativa foi anunciada durante coletiva de imprensa da Abertura Oficial da Colheita do Arroz na Embrapa em Capão do Leão, RS
Uma comitiva formada por 16 agricultores da região de Metz, no Nordeste da França, visitou a área do Show Rural Coopavel no fim da tarde de quarta-feira, 30. Os produtores rurais estão há dez dias no Brasil e fazem visitas a empresas e a cooperativas das principais regiões agropecuárias do Paraná. Recebidos pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, puderam conhecer mais e tirar dúvidas sobre temas importantes da atualidade do agronegócio brasileiro.
Uma das percepções que mais surpreenderam os franceses no tour pelo Paraná, ao contrário do que a imprensa daquele país divulga, é que o Brasil é muito mais verde do que vendem e informam na Europa. Dilvo Grolli reforçou a afirmação ao apresentar dados da preservação brasileira. “Sessenta por cento do País está protegido”, ressaltou o presidente da Coopavel, dizendo as leis ambientais em vigência são bastante duras. “Esse número faz do Brasil o país mais preservado da atualidade mundial”, ressaltou. Apenas 7% do território nacional, de 854 milhões de hectares, são destinados a cultivos, equivalente a 63 milhões de hectares.
O Brasil não precisa tocar na Amazônia, porque há ainda disponíveis outros 7% para novas áreas de lavouras e a metade do que é ocupada por pastagens, 20% do território, também pode receber cultivos agrícolas. Dilvo informou que seis estados brasileiros (três do Sul e três do Centro-Oeste) são responsáveis por 78% da produção brasileira de grãos, hoje na casa de 240 milhões de toneladas. “Somos o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos”.
O presidente da Coopavel falou da revolução tecnológica que em 28 anos transformou os números da agricultura do País. O crescimento da produtividade das principais commodities é de 310% no período, e o avanço da área foi de somente 65%. Nesse ritmo, a produção saltará para 300 milhões de toneladas em apenas seis anos. O maior desafio, no entanto, é a infraestrutura. Mas com a mudança de governo, Dilvo Grolli se diz otimista e confia que grandes mudanças, para muito melhor, ocorrerão no máximo em dez anos.
Hoje, 65% do transporte de cargas é feito pelo modal rodoviário e apenas 25% por ferrovias e 10% por hidrovias. Para baratear custos de produção, o transporte por trilhos e por rios e canais navegáveis terá de avançar e já existem projetos sinalizando nessa direção. O governo, que não tem recursos para obras como essa, vai liberar esses empreendimentos para o capital privado. Os franceses receberam informações ainda sobre o cooperativismo e a importância desse sistema na economia paranaense. São 70 as cooperativas do segmento agropecuário em atividade no Estado e por elas passam 60% do PIB do agro do Paraná.
O coordenador-executivo do Show Rural Coopavel, Acir Inácio Palaoro, e o gerente da área técnica da cooperativa, Marcelo Dariva, também apresentaram dados à comitiva francesa. Sobre o evento, falaram do seu tamanho e status atual, com sua 31ª edição a ser realizada de 4 a 8 de fevereiro, e da Coopavel sobre sua história e do que ela representa à região, dando emprego a 5,2 mil pessoas e contando com 5,5 mil cooperados.
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