Fundecitrus lança versão digital de livro sobre pinta preta
O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) acaba de lançar como e-book o livro “Pinta Preta: a doença e seu manejo”
Um dos herbicidas mais utilizados em todo o mundo, há mais de 70 anos, o 2,4-D é uma das principais ferramentas do produtor rural no controle a plantas daninhas de folha larga. Para auxiliar agricultores a utilizar o produto de maneira correta, buscando sua total eficiência e a segurança das pessoas e do meio ambiente, nasceu a Iniciativa 2,4-D, formada pelas empresas Dow AgroSciences e Nufarm, em parceria com instituições de ensino.
O grupo promove treinamentos sobre 2,4-D e tecnologia de aplicação para produtores rurais, técnicos e operadores em diferentes regiões do país. Desde 2014, foram quase 200 eventos em 13 estados, para capacitação de mais de 9 mil profissionais do campo. “Nosso objetivo é orientar o produtor sobre boas práticas agrícolas que o auxiliem no controle das plantas daninhas, proporcionando eficiência produtiva”, explica Ana Cristina Pinheiro, coordenadora da Iniciativa 2,4-D.
Em sua ação mais recente, a Iniciativa 2,4-D realizou uma press trip na região de Bento Gonçalves (RS) com jornalistas e comunicadores de diferentes localidades. Como parte da programação, os convidados participaram de uma visita técnica à Fazenda Lohmann, produtora de milho e soja na cidade Roca Sales (RS), e uma conversa com o Professor Doutor da Universidade de Passo Fundo, Mauro Rizzardi, parceiro da Iniciativa 2,4-D, que levou informações sobre a molécula, técnicas de aplicação, além de esclarecer dúvidas dos participantes.
Segundo o especialista, as plantas daninhas são uma séria ameaça à produtividade no campo. “Elas geram competição por luz, nutrientes e água com as plantas cultivadas, o que tem impacto direto no resultado da lavoura. Uma buva por metro quadrado, por exemplo, pode reduzir a produtividade de 4% a 12%”, ele explica. A buva é uma das principais plantas daninhas que prejudicam o produtor brasileiro. De acordo com Rizzardi, ela já está presente em cerca de 10 milhões de hectares no país.
Para um dos proprietários da Fazenda Lohmann, Vitor Niediedt, o controle das plantas daninhas é parte fundamental do processo produtivo, e o 2,4-D é uma das ferramentas fundamentais para garantir a eficiência. “Aqui, usamos o 2,4-D, pelo menos uma vez por ano, para conseguir eliminar algumas plantas que outros herbicidas não controlam mais”, conta.
Para o professor Mauro Rizzardi, essa diversificação no uso de herbicidas é o melhor caminho. “É muito importante que o agricultor não utilize repetidamente o mesmo mecanismo de ação. Algumas plantas daninhas são tolerantes a determinado herbicida, ou seja, nunca foram controladas por ele. Outras são resistentes. O processo de resistência ocorre quando um ou mais indivíduos de uma mesma espécie de planta, que normalmente é controlada por um herbicida, deixa de ser. O uso repetido de um mesmo defensivo agrícola acaba selecionando essas plantas resistentes, resultando em um grave problema para o produtor”, diz. Pesquisas recentes indicam que só nos Estados Unidos já são mais de 25 milhões de hectares com plantas resistentes ao glifosato.
Ainda segundo Rizzardi, o surgimento de plantas resistentes pode ocorrer para qualquer herbicida. Ações proativas como rotação de culturas, uso de culturas de cobertura, alternância de mecanismos de ação, uso da dose correta indicada pelo fabricante e controle de plantas em estádio inicial são algumas ações que podem minimizar o problema.
Para se ter uma ideia do tamanho do dano que as plantas daninhas causam, estima-se que, se essas plantas não fossem controladas, as perdas seriam de 2% a 98% da produção de grãos. Um controle mal executado, por sua vez, pode resultar em perdas de 5% a 10%, um sério prejuízo para o produtor.
Outro ponto importante apontado pelo professor Mauro Rizzardi está relacionado à tecnologia de aplicação. “Alguns cuidados são essenciais: Verificar se não há vazamentos, checar se as pontas do pulverizador não estão desgastadas, inspecioná-los periodicamente e analisar as condições de temperatura e vento no momento da aplicação. No caso do 2,4-D, especificamente, é imprescindível o uso de gotas maiores, com maior peso, para evitar o problema da deriva, quando o produto atinge outros locais, que não só a área aplicada”.
O pesquisador explica que há ocorrência da deriva de duas maneiras: por vapor, quando o produto se move para fora do alvo após a aplicação; ou por meio de condições inadequadas durante a aplicação. Para minimizar os riscos, além de gotas maiores, a utilização da pressão de trabalho correta, altura da barra de aplicação ao redor de 50 cm, condições climáticas com média de vento entre 4 a 10 km/h e a preferência por momentos menos quentes do dia são algumas das orientações a serem seguidas. “Evitar a deriva é uma responsabilidade do produtor”, lembra o professor.
Herbicida 2,4-D
Descoberto em 1941, o 2,4-D foi o primeiro herbicida utilizado comercialmente. Hoje, é registrado em quase 100 países e um dos mais pesquisados em todo o mundo, com mais de 40 mil estudos desenvolvidos. Já passou por diversas revisões como na Agência Regulamentadora do Canadá (PMRA), Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outras. Com nesses estudos, governos do mundo inteiro julgaram que o 2,4-D é seguro para a saúde humana quando utilizado em conformidade com rótulo e bula.
No Brasil, tem registro desde a década de 1970. Atualmente, pode ser utilizado para culturas de trigo, milho, soja, arroz, arroz irrigado, cana-de-açúcar e pastagens e é uma importante ferramenta para aumentar a produtividade das lavouras e reduzir custos de alimentos para o consumidor, além de possuir bom custo-benefício.
Mitos e verdades sobre o 2,4-D
- Agências reguladoras de diferentes partes do mundo confirmaram a ausência de riscos do 2,4-D relacionados a câncer, mutação, desenvolvimento, infertilidade e neurotoxicidade;
- 2,4-D puro é inodoro. O odor vem da quebra de produtos e agentes neutralizantes;
- A formulação amina, a única comercializada no Brasil, não é volátil, ou seja, não volatiliza;
- 2,4-D é biodegradável, não persistindo na superfície da água. Sua utilização é, inclusive, autorizada em ambiente aquático nos Estados Unidos e em outros países.
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