Colheita da soja evolui no Rio Grande do Sul

De acordo com o Informativo Conjuntural, os produtores optaram por antecipar a colheita, apesar de o teor de umidade dos grãos estar entre 15% e 16%

12.04.2024 | 13:49 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues
Foto: Charles Wohlschick
Foto: Charles Wohlschick

Favorecida pelo tempo seco, ensolarado e pelas temperaturas elevadas, a colheita da soja evoluiu de 20% para 38% da área cultivada no Estado nesta safra. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta semana pela Emater/RS, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), os produtores optaram por antecipar a colheita, apesar de o teor de umidade dos grãos estar entre 15% e 16%, índice que proporciona boa trilha e separação dos grãos. 

Essa decisão foi impulsionada pela previsão climática, que indicava maiores volumes de chuva no período anterior. Porém, tal cenário não se configurou em todas as regiões do Estado. Atualmente, a área de soja em maturação representa 42% da área cultivada no RS.

A produtividade obtida com a soja colhida tem superado as expectativas iniciais em muitas lavouras, especialmente naquelas situadas na metade Norte do Estado, onde o padrão de chuvas foi mais regular ao longo do ciclo da oleaginosa. No entanto, mesmo nessas regiões, observa-se considerável variabilidade de produtividade como consequência das chuvas, que afetaram o estabelecimento inicial da cultura e as práticas de manejo do solo, causando problemas à densidade de plantas. 

Os solos mais estruturados e melhores práticas de conservação têm propiciado desenvolvimento e produtividade mais elevados. A produtividade estadual está estimada em 3.339 kg/ha.

Em relação ao aspecto fitossanitário, a ferrugem-asiática representou um grande obstáculo ao potencial produtivo da safra. Os melhores resultados, em termos de produtividade, foram observados em áreas com controle preventivo realizado de forma eficaz. Por outro lado, a doença acarretou a perda de produtividade em áreas onde o controle com fungicidas apresentou falhas, que abrangem diversos aspectos – combinados ou não –, como seleção dos princípios ativos, formulações, intervalos entre aplicações, estágio fenológico da cultura durante as pulverizações e tecnologia de aplicação.

Nos locais onde a colheita foi concluída, os produtores estão iniciando a distribuição de corretivos de acidez do solo. Também dão continuidade à semeadura de espécies vegetais destinadas à cobertura do solo, durante o período de inverno.

Milho - a priorização da colheita de soja em detrimento à do milho reduziu o ritmo da operação no cereal, que avançou apenas 1% em relação à semana anterior, atingindo 77% da área total cultivada no Estado. Estimam-se 812.795 hectares implantados com milho, e a produtividade atual está em 6.464 kg/ha. Há ainda 16% da área de milho em maturação, 5% em enchimento de grãos, 2% em floração e 1% das lavouras de milho no Estado está em desenvolvimento vegetativo.

Milho silagem - prosseguem a colheita e a ensilagem nos dias de tempo seco e de radiação solar predominante. As operações se aproximam da conclusão, e a produtividade projetada é de 35.518 kg/ha. Na maior parte do Estado, a qualidade da silagem produzida está adequada, em função da continuidade de precipitações ao longo do ciclo. No entanto, em algumas áreas, mesmo com chuvas recorrentes, a qualidade foi comprometida em decorrência da alta pressão de cigarrinha. Apesar das aplicações de inseticidas, não foi possível evitar danos significativos, especialmente em variedades de milho menos tolerantes ao enfezamento.

Feijão 1ª safra - prosseguiu a colheita na região administrativa da Emater/RS de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, onde o cultivo ocorre mais tardiamente, sendo responsável por cerca da metade da área cultivada em 1ª safra no Estado. Na região, a colheita alcança aproximadamente 80%, e espera-se que seja concluída nos próximos dias. As condições climáticas têm sido favoráveis ao desenvolvimento adequado da cultura, desde a semeadura até a colheita, garantindo rendimento muito satisfatório e excelente qualidade dos grãos, especialmente para o tipo carioca, cuja coloração é um fator crucial na comercialização. O rendimento médio obtido é de 2.400 kg/ha. No Estado, a produtividade está em 1.930 kg/ha.

Feijão 2ª safra - a área cultivada em 2ª safra no Estado está estimada em 19.900 hectares, e a produtividade projetada é de 1.568 kg/ha. As lavouras progridem em diferentes fases de desenvolvimento, e as condições climáticas têm contribuído para níveis produtivos satisfatórios. Uma parcela significativa da área está em fase de floração e formação de vagens; outra, em enchimento de grãos. A previsão de temperaturas frias pode retardar o ciclo e aumentar o risco de doenças, como antracnose. Por essa razão, os produtores são orientados a monitorar e controlar a doença, quando necessário, para evitar perdas na qualidade dos grãos.

Arroz - a colheita progrediu de forma gradual, atingindo cerca de 50% da área. Estão em fase de maturação 43% das lavouras, e 7% em enchimento de grãos. A área cultivada no Estado está estimada em 900.203 hectares, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). A produtividade está estimada em 8.325 kg/ha, segundo a Emater/RS.

Em algumas localidades no Sul do Estado, os rizicultores ainda enfrentam dificuldades em razão das condições ambientais desfavoráveis, incluindo chuvas prolongadas e umidade excessiva. A longa falta de energia elétrica causou transtornos na colheita, na secagem e no beneficiamento de grãos. Além disso, houve perdas significativas em algumas lavouras por acamamento e danos de granizo, segundo informações preliminares do Irga. Em algumas propriedades, os produtores estão realizando preparativos no solo para o plantio da próxima safra. Os preços têm se mantido estáveis nas últimas semanas, proporcionando retornos satisfatórios para os produtores.

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