FMC expande o uso de embalagens ecológicas com fonte proveniente da cana e lança Família Green
O Conselho Nacional do Café (CNC) divulga balanço semanal, do período de 29 de oututbro a 1º de novembro.
"Nesta semana mais curta em função do feriado de Finados nesta sexta-feira (2), voltou a nos preocupar a questão do clima, com a maior parte do cinturão cafeeiro do Brasil tendo registrado dias ensolarados e sendo afetada por um intenso calor, o qual, em nosso entender, certamente deverá causar abortamento de um percentual das floradas ocorridas e impactar o pegamento, reduzindo, consequentemente, o volume a ser produzido.
Segundo a Somar Meteorologia, nossas principais regiões produtoras receberam apenas um terço da chuva média para o mês de outubro, justamente no período em que os cafezais brasileiros se encontram na fase em que as flores necessitam de umidade em quantia adequada para que os pequenos botões se fixem aos ramos, para, depois, se tornarem frutos.
É válido lembrar que a safra 2013 será naturalmente menor em função do ciclo bienal de nossas lavouras, portanto devemos ficar atentos ao desenrolar da situação atual para nos programarmos, principalmente em relação ao mercado, haja vista que, ao longo dos últimos 10 anos, os ciclos de baixa apresentaram quebras entre 9,6% e 40,6%.
Nos últimos boletins, mencionamos a necessidade de renovação do parque cafeeiro nacional e, nesta semana, encaminhamos um ofício ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que o assunto seja incluído na pauta da 64ª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), a ser realizada em 8 de novembro de 2012. A intenção é o fórum debater a contratação de uma empresa de consultoria especializada no setor para realizar um estudo que aponte as localidades onde a revigoração do parque cafeeiro seja mais iminente e se há a necessidade de novos plantios, o que antecipamos não acreditar no momento.
O objetivo dessa matéria é possibilitar a substituição das lavouras antigas do cinturão produtor do Brasil, que possuem espaçamentos entre árvores ultrapassado e níveis de produtividade muito aquém dos padrões mínimos da competitividade e da sustentabilidade. Assim, seria possível a renovação desses cafezais por variedades mais produtivas e resistentes a pragas, doenças, especialmente a ferrugem, e a adversidades climáticas.
Um estudo nesse sentido é essencial para que possamos suprir a necessidade mundial de café, de maneira ordenada e mantendo o equilíbrio entre oferta e demanda, evitando o aviltamento dos preços aos produtores, além de vir ao encontro dos objetivos do plano plurianual traçado pelo governo em conjunto com o setor privado.
O Projeto de Lei de Conversão n° 22, de 2012 (MP 574/2012), que estabelece, entre outras providências, medidas para estimular os pagamentos de débitos relativos ao PASEP, está prevendo na página 3 (art. 7º) alterações no art. 8º da Lei 11.775, de 2008, as quais tratam APENAS da reabertura do prazo para liquidações e renegociações (com descontos) de dívidas de crédito rural inscritas na DAU, até 31 de agosto de 2013 (encerrado desde 30 de junho de 2011). Ou seja, a proposição não ampliará a abrangência do benefício, permanecendo o mesmo universo de operações (inscritas em DAU até 31 de outubro de 2010), situação que excluirá muitos produtores rurais do processo. No período de novembro de 2010 até maio de 2012 foram inscritas em DAU 14.483 operações de crédito rural, no montante de R$ 1,3 bilhão, sendo 680 operações de Funcafé-Dação no montante aproximado de R$ 670 milhões. Além disso, não se modificaram os prazos dos §§ 3º e 5º, que preveem a suspensão das execuções fiscais e dos respectivos prazos processuais, bem como de prescrição das dívidas. Infelizmente, isso demonstra que não tivemos a devida atenção em relação a nossos pleitos e que se faz necessária termos uma atuação mais incisiva e cirúrgica nesse ponto, de maneira que não sejamos esquecidos em futuras ocasiões.
As cotações do café arábica voltaram a cair na bolsa de Nova York no acumulado desta semana, contrariando nossas expectativas. Segundo analistas, um dos principais fatores das recentes quedas baseia-se no temor de que a desaceleração econômica ao redor do mundo possa reduzir a demanda por commodities. Por outro lado, continua a “queda de braço” entre as indústrias e os produtores. Apesar dos estoques de trabalho permanecerem apertados, temos visto pouco interesse de compra das torrefadoras e, na outra ponta, os produtores também não ofertam café aos níveis atuais de preço. "A dúvida é quem irá jogar a toalha primeiro, se são os produtores ou os compradores", avalia o corretor Thiago Cazarini, da Cazarini Trading.
De acordo com dados da Organização Internacional do Café (OIC), os volumes de estoques no final do ano safra 2011/2012 estavam em cerca de 25,7 milhões de sacas, sendo que os países importadores detinham 18,4 milhões de sacas e os produtores apenas 7,3 milhões. Para se ter ideia do que representam esses números, basta compararmos com a situação ao final da temporada cafeeira 2002/2003, quando o volume total somava 72,8 milhões de sacas.
Contudo, o que mais chama a atenção é a habilidade que as torrefadoras tiveram em administrar esta redução dos estoques. Em 2002/03, elas detinham cerca de 20 milhões de sacas, enquanto os produtores cerca de 53 milhões. No final do último ano safra, as torrefadoras detinham aproximadamente 18,4 milhões de sacas e os produtores cerca de 7,3 milhões. Ou seja, as indústrias praticamente conseguiram manter seus níveis de estoque de trabalho, enquanto os produtores reduziram em cerca de 85% seu volume armazenado.
Portanto, atualmente, o que se vê no mercado em relação ao comportamento dos cafeicultores em suas vendas é longe de ser uma retenção, como afirmam alguns agentes. Os produtores, em verdade, estão, com grande competência, administrando melhor as suas safras, o que já está forçando uma redução mais acentuada das torrefadoras, as quais logo terão que retornar para o mercado com maior disposição de compra, já que está se iniciando a temporada de maior consumo com a proximidade do inverno no Hemisfério Norte.
Soma-se a este fato o aumento das posições vendidas na Bolsa de NY, que fatalmente terá que passar por uma correção quando se intensificarem as fixações das indústrias e a cobertura da exposição dos Fundos. Portanto, continuamos orientando cautela nas vendas e o aproveitamento dos momentos de recuperação para que os produtores realizem suas negociações. Se as indústrias estão operando da “mão para a boca”, os produtores também devem se manter da 'mão para o bolso'."
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura