Qual a velocidade ideal para semeadura
Apesar dos avanços nos sistemas de distribuição de sementes, as falhas são comuns, por conta do uso de velocidade inadequada do conjunto trator/semeadora
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, na quinta-feira, 15 de outubro, e na sexta-feira, 16 de outubro, painéis virtuais do Projeto Campo Futuro para levantar os custos de produção de café, soja, milho e sorgo, nos municípios de Manhumirim e Campo Florido, em Minas Gerais.
O objetivo do projeto é reunir informações estratégicas das propriedades modais (típicas) para conhecer a realidade das regiões e auxiliar os produtores na administração de custos, de riscos de preços e gerenciamento da produção.
O painel de café arábica ocorreu na quinta (15/10) e contou com a participação de produtores de Manhumirim, técnicos do Sistema Faemg/Senar e do Centro de Inteligência em Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).
Dados preliminares do levantamento apontaram uma propriedade modal com área produtiva de 5 hectares, sistema não irrigado e colheita 100% manual. A produtividade média da região é de 35 sacas por hectare.
De acordo com a assessora técnica da CNA, Raquel Miranda, há uma tendência da presença de meeiro nas atividades de mão de obra na região. “Diante desse cenário, a mão de obra teve participação de 53% no Custo Operacional Efetivo (COE) da saca de café. Fertilizantes, defensivos e corretivos correspondem a 29% do COE e não há gasto com mecanização”.
Miranda disse ainda que o produtor de café arábica de Manhumirim tem sido remunerado em curto e médio prazo pela atividade.
A CNA lançou a Pesquisa Safra Cafeeira para levantar informações sobre a safra 2020/2021 e convida os produtores que participam dos painéis a responder a pesquisa. Para mais informações acesse aqui. O questionário ficará aberto até 19 de dezembro e o resultado será divulgado no início de 2021.
Na sexta (16/10), o projeto levantou informações junto aos produtores de grãos de Campo Florido. Técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), além de representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Sindicato dos Produtores Rurais de Campo Florido participaram do encontro online.
Os produtores afirmaram que a soja apresentou produtividade de 60 sacas por hectare, 10 sacas a mais do que na safra passada. “O bom preço e a boa produtividade garantiram margens positivas aos produtores que, segundo eles, cobriram até o Custo Total da margem”, disse o assessor técnico da CNA, Fábio Carneiro.
Com relação ao milho 2ª safra, os produtores informaram que o controle da cigarrinha tem sido um grande desafio. Eles têm optado por variedades resistentes ou utilizam até três aplicações de inseticidas para controle da praga.
O levantamento de custos apontou que o curto período de chuvas na região reduziu o potencial produtivo do milho 2ª safra. A expectativa era de 95 sacas por hectare, entretanto, a produção chegou a 70 sacas/hectare, abaixo da média estadual de 105,4 sacas/hectare.
“O resultado preliminar do painel indica que, na safra 2019/2020, os bons preços do milho permitiram aos produtores pagarem os custos operacionais. Mas não foram suficientes para cobrir o Custo Total da lavoura”, explicou o assessor técnico da CNA.
A respeito do sorgo, os produtores disseram que é uma opção de segunda safra, pois consegue produzir bem, mesmo com uma janela de chuvas apertada. “Na região, há boa demanda de compra de sorgo para alimentação animal e semente. O painel apontou que o sorgo pagou todos os custos de produção do produtor e foi a melhor opção na segunda safra”, concluiu Fábio Carneiro.
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