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O tempo seco característico desta época do ano, aliado às altas temperaturas no estado do Mato Grosso, podem causar incêndios espontâneos nas lavouras. Dados do INPE mostram que no mês de junho foram registrados mais de 1.400 focos de incêndio no estado e, até o momento, julho já atingiu o número de 940 focos.
No campo, por causa das massas secas de capim e folhagens ressecadas, a baixa umidade e o tempo seco propiciam queimadas acidentais, tornando mais comuns os registros de incêndios espontâneos nas margens de rodovias. Além disso, há também o hábito de se queimar o campo para limpeza e implementação de novas culturas.
Em muitos casos, no entanto, essas queimadas “controladas” acabam causando graves acidentes e perdas para a lavoura, sem contar a obstrução da visão nas estradas e o excesso de fumaça sobre as cidades do entorno. “O que acontece é que temos um excesso de material inflamável nesse período”, explica Lucélia Avi, analista de Meio Ambiente da FAMATO - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso.
Para diminuir os riscos, o governo do Mato Grosso proíbe qualquer tipo de queimada intencional em terrenos urbanos ou rurais do dia 15 de julho ao dia 15 de setembro, período em que os incêndios espontâneos são mais frequentes.
Entre os agricultores, são comuns algumas técnicas como a cortina de proteção, que consiste em plantar (entre áreas mais críticas) algum tipo de planta com baixo grau de inflamabilidade, para barrar possíveis focos. Outra prática comum são os aceiros, faixas livres de vegetação que servem para impedir que os incêndios se propagem de uma região para outra. “Também é comum manter um caminhão pipa próximo às áreas onde acontece a colheita, para em caso de acidente já ter uma maneira rápida de controlar o fogo”, finaliza Lucélia.
O meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, explica que “durante o inverno, bloqueios atmosféricos se formam na região central do Brasil, impedindo a formação de nuvens. Com as influências do El Niño, esses bloqueios são reforçados e as frentes frias que se formam no Sul não conseguem vencer a massa de ar seco, deixando as poucas chuvas restritas ao centro-sul do país”.
Sobre os próximos dias, a temperatura volta a subir no Mato Grosso, pois as frentes frias que poderão se formar não terão força para ‘furar' o bloqueio de ar seco que está sobre o estado, portanto, não há previsão de chuva significativa até o final do mês. Assim, são esperados níveis mais baixos de umidade no ar, o que pode complicar ainda mais a vida dos agricultores da região, que estão em meio à colheita do milho.
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