Clima afeta produtividade e qualidade do trigo gaúcho

Para a FecoAgro/RS produção deve ser reduzida em 1 milhão de toneladas do cereal em relação ao ano passado.

19.10.2017 | 21:59 (UTC -3)
Nestor Tipa Júnior

Em três dos últimos quatro anos, a safra de trigo do Rio Grande do Sul foi castigada pelos problemas relacionados ao clima. Neste ano, depois de uma safra excepcional no período passado, mais uma vez o início da colheita foi prejudicada pelas intempéries. O excesso de chuvas no período do plantio e a falta da mesma no tempo de formação das plantas estão sendo determinantes para a possibilidade de uma nova frustração.

Conforme o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires, a colheita iniciada em regiões mais quentes como no Alto Uruguai e Grande Santa Rosa, por exemplo, já vem mostrando números abaixo da média. "Temos produtividades oscilando entre menos de 20 sacas por hectare e no máximo 35 sacas por hectare. A qualidade não é diferente, com PH 72 a 76. Com esse PH e esta aparência de cor, o produto não tem qualidade", observa.

Pires ressalta que há uma desuniformidade muito grande das lavouras de trigo, com qualidade e produtividade baixa. "É uma notícia que não precisávamos, mas já era esperada. Em relação à excepcional safra do ano passado, poderemos ter uma redução até maior do que a registrada anteriormente. Entendemos que talvez não consigamos atingir 1,5 milhão de toneladas, o que é muito ruim para o país", avalia o presidente da FecoAgro/RS.

Os principais órgãos de levantamento de safras estimam que a produção chegue a R$ 1,7 milhão de toneladas. O dirigente destaca que em outras culturas de inverno também há prejuízos a serem amargados, como na cevada, que a produção colhida não tem condições de aproveitamento pela indústria cervejeira e deve ser encaminhada para forragem.

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