Pesquisadores da Embrapa orientam como recuperar solo agrícola após queimadas
Entre os efeitos das queimadas estão a eliminação da cobertura do solo, risco de erosão e perda de nutrientes, além de atingir a microbiota do solo
A podridão causada pelo fungo Sclerotium rolfsii tem se tornado uma ameaça crescente à produção de pimentas (Capsicum annuum L.) em todo o mundo. Essa doença, transmitida pelo solo, afeta as raízes das plantas, prejudicando seu desenvolvimento e levando à morte das pimenteiras. Pesquisadores têm investigado os mecanismos de infecção e estudado métodos de controle, destacando o fungicida tifluzamida (thifluzamide) como uma solução promissora para reduzir os danos causados pelo fungo e restaurar o crescimento normal das plantas.
O S. rolfsii é um fungo basidiomiceto que infecta mais de 500 espécies de plantas em diversas regiões. Ele é particularmente destrutivo para culturas econômicas, como amendoim, tomate, girassol e pimentas. O patógeno sobrevive no solo por vários anos, o que torna o controle da doença ainda mais difícil. A podridão do caule, causada por esse fungo, tem se destacado como um dos principais problemas na produção de pimenta, especialmente em regiões de cultivo intensivo, como a China, onde 1,3 milhão de hectares são dedicados à cultura, resultando em 27 milhões de toneladas de pimentas anuais.
O estudo revela que o fungo afeta a morfologia das raízes, reduzindo sua atividade e inibindo o crescimento da planta. A secreção de substâncias tóxicas pelo fungo, como ácido oxálico e enzimas, rompe os tecidos normais do caule e bloqueia as trocas de materiais, levando à deterioração da planta. Observações feitas com microscopia eletrônica de varredura (SEM) mostraram que os vasos condutores e os estômatos das plantas infectadas ficam obstruídos por hifas, o que impede a fotossíntese. Como resultado, as folhas amarelam, murcham e caem, culminando na morte da planta.
Diante da falta de fungicidas eficazes para o controle de doenças causadas pelo S. rolfsii, tifluzamida, registrado na China em 2013, tem mostrado resultados positivos. Esse fungicida, pertencente à classe dos inibidores da succinato desidrogenase (SDHIs), já havia demonstrado eficácia contra o Sclerotinia rolfsii em outras culturas, como o amendoim. No entanto, a pesquisa apresentada é a primeira a detalhar seu efeito em pimentas naquele país, explicam os cientistas.
Os resultados do estudo apontam que tifluzamida consegue suprimir a secreção de fatores patogênicos e reduzir os danos causados pelo S. rolfsii. O fungicida também bloqueia o crescimento do fungo, desobstrui os vasos condutores e estômatos, permitindo que as plantas retomem suas funções normais. Além disso, ele promove o aumento da atividade das raízes e restaura a capacidade fotossintética das folhas, permitindo que a planta volte a crescer.
Mais informações sobre o trabalho podem ser obtidas em doi.org/10.1016/j.pestbp.2024.105846
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