TRIGO: Liquidez recua, mas cotação segue firme, segundo Cepea
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou, ontem, que o governo não pretende reduzir a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) para atender aos caminhoneiros, que reivindicam menores custos com impostos e com preços do diesel.
A fala da ministra ocorreu na saída de uma reunião com o Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, o secretário-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, empresários e trabalhadores do setor de transporte. Kátia ainda declarou que o governo federal não quer tabelamento de preço de frete, mas acredita em sucesso nas negociações com o setor.
"Temos convicção de que todas as medidas econômicas que o governo tomou até agora estão corretas", disse.
No Mato Grosso, o atraso no plantio de soja postergou a colheita e deixou parte dos caminhoneiros sem trabalho, fato que acarretou a redução nos valores do frete.
Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff já havia excluído a possibilidade de redução no preço do diesel. Na manhã de ontem, as manifestações entravam no oitavo dia e bloqueavam 99 pontos de rodovias federais, nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, segundo relatório publicado pela Polícia Rodoviária Federal.
Impactos no setor
A líder da pasta agropecuária avalia que os segmentos que mais estão sofrendo são os de aves e suínos, em função da dificuldade de fornecimento de ração e os problemas de escoamento no estoque.
Em nota, o atual presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Júnior, alertou para os danos "irreparáveis" que a continuidade destas paralisações pode trazer para o segmento.
"Diante disso, esperamos que as autoridades construam uma solução imediata para o impasse", frisou Júnior.
Se por um lado a colheita foi prejudicada em regiões como o Mato Grosso, por falta de diesel para as máquinas - além do prejuízo no escoamento - por outro, os preços das commodities sofreram um movimento de alta na bolsa de Chicago. "A demora na chegada dos produtos aos portos impacta toda a cadeia. Entendemos que a situação deve se resolver logo, mas mesmo com o restabelecimento do transporte, a tendência é que os preços da soja e milho se mantenham firmes", explica o gerente geral de produtos e títulos agrícolas do Banco Indusval & Partners (BI&P), Gilberto Ângelo.
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