Chuvas trouxeram prejuízos para lavouras de soja no Rio Grande do Sul

Por causa deste excesso de água, um dos principais problemas enfrentados pelos sojicultores é a infestação de fungos que causam o tombamento das plantas

17.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
Nestor Tipa Júnior

Com o plantio da soja praticamente finalizado no Rio Grande do Sul, a preocupação agora é com os problemas causados pelos efeitos do El Niño no período de semeadura. Mesmo com o crescimento estimado de 3% na área conforme a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), neste momento a perspectiva é de uma redução na produção em relação ao ano passado, quando a colheita foi de mais de 15 milhões de toneladas.

De acordo com o presidente da entidade, Paulo Pires, os meses de novembro e dezembro, fase de implantação da cultura, foram de muitas chuvas nas regiões produtoras. "Tivemos recordes de precipitação em muitas regiões do Estado, com municípios que registraram mais que o dobro do volume de chuvas normais no período. São precipitações de 150 até 180 milímetros em um dia para um solo que não tem a capacidade de absorver toda esta água", adverte.

Por causa deste excesso de água, um dos principais problemas enfrentados pelos sojicultores é a infestação de fungos que causam o tombamento das plantas, o que já vem ocorrendo em algumas regiões produtoras. Um fato muito importante para se destacar é o comportamento das áreas da Metade Sul e que antes eram destinadas para o arroz. São locais de difícil replantio. Acredito que aí teremos um prejuízo muito grande e é uma área significativa atualmente", observa Pires.

O presidente da FecoAgro/RS lembra que a base de comparação com o período 2014/2015 também é alta, quando foram obtidas as melhores produtividades dos últimos anos. O dirigente afirma que espera uma recuperação das lavouras, mas analisa que a safra já foi comprometida. Não quero ser pessimista, mas estamos analisando a realidade da situação. Acredito que teremos dificuldades de repetir os números do ano passado. O quadro atual não é favorável", avalia.

Pires finaliza salientando que a expectativa é que o tempo contribua para a recuperação das lavouras, especialmente após a frustração da safra de trigo. "O que nos resta é torcer para que o clima nos ajude e as chuvas aconteçam, mas de forma melhor distribuída, pois com certeza os produtores fizeram e continuarão fazendo a sua parte. Vamos torcer, esta safra é muito importante para todos", conclui.

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