Agro paulista registra superávit de US$16,8 bi nas exportações
Exportações somaram US$ 21,15 bilhões, chegando a 40,3% do total exportado pelo estado
A irregularidade das chuvas e o avanço do plantio em diferentes regiões do país são os principais destaques do Relatório Agro Mensal de outubro, elaborado pela Consultoria Agro do Itaú BBA. Segundo o documento, o atraso das precipitações no Centro-Oeste e Sudeste trouxe incertezas para o início da safra de grãos 2025/26, enquanto nas culturas perenes as primeiras chuvas favoreceram a abertura das floradas, ainda que a continuidade das precipitações siga sendo motivo de preocupação.
Em contrapartida, o Sul do país registrou condições mais favoráveis, com boa umidade em setembro impulsionando o plantio de milho e soja no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Já em áreas do Centro-Oeste, especialmente no Mato Grosso, as chuvas irregulares limitaram o ritmo da semeadura. O relatório também chama atenção para o déficit hídrico em regiões de São Paulo e Minas Gerais, o que pode afetar o desenvolvimento inicial das lavouras.
De acordo com o Itaú BBA, as primeiras chuvas estimularam a florada do café, mas a falta de regularidade preocupa os produtores. No caso da laranja, o volume registrado até o momento ainda é insuficiente para garantir uma florada uniforme.
Na cana-de-açúcar, as precipitações do final de setembro favoreceram a recuperação hídrica e reduziram o número de queimadas, principalmente no Sul e Sudeste. Por outro lado, as chuvas também provocaram perdas pontuais no corte e na moagem, interferindo no ritmo da colheita.
O clima mais ameno beneficiou o trigo durante o enchimento de grãos e o avanço da colheita no Paraná e em São Paulo, onde as produtividades foram satisfatórias, compensando os danos pontuais causados por geadas. No Rio Grande do Sul, mesmo com menor investimento no cereal nesta temporada, as chuvas recentes e as temperaturas moderadas favoreceram o desenvolvimento das lavouras.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) confirmou, em outubro, a atuação do fenômeno La Niña, que deve persistir até o início de 2026. Para o Brasil, a expectativa é de chuvas mais regulares no Centro-Oeste e parte do Sudeste, o que tende a beneficiar o desenvolvimento inicial da soja nessas regiões.
Entretanto, o Sul do país requer atenção especial, já que a La Niña costuma estar associada à redução das chuvas e maior risco de estiagens prolongadas, sobretudo no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina.
Mesmo assim, por se tratar de um episódio de baixa intensidade, os modelos climáticos atuais indicam volumes de chuva suficientes para boa produtividade ao longo da safra, inclusive no Rio Grande do Sul - cenário que, segundo o relatório, traz certo otimismo para o desenrolar da temporada 2025/26.
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