Mercado de tourinhos reflete a proximidade da estação de monta
O mês de setembro encerrou com um expressivo volume de chuva acumulado. Segundo a meteorologia, o RS não recebia uma quantidade de chuva tão elevada há mais de 40 anos.
De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, para a agricultura como um todo, esse cenário provocou o atraso na implantação da safra de verão. Nos hortigranjeiros, o descarte da produção ainda nas lavouras tem sido constante nas últimas semanas, devido à má qualidade dos produtos. Em função da alta umidade, as lavouras de trigo, cevada e canola, entre outras da safra de inverno, começam a apresentar problemas decorrentes das doenças fúngicas. Na pecuária, os produtores de leite têm encontrado dificuldades no manejo das pastagens, com consequências negativas à dieta alimentar dos rebanhos.
No trigo, a maior parte da cultura está em espigamento e floração, com um total de 82% das lavouras nessa situação. Outros 18% estão em germinação e desenvolvimento vegetativo. Apenas uma pequena parte está em início de maturação. Há um atraso considerável na evolução da cultura durante esta safra. Segundo a média das últimas cinco safras, nesta época, cerca de 2% das lavouras já deveriam estar colhidas. Várias regiões indicam o aparecimento de doenças foliares e de espiga, o que pode indicar, de forma localizada, diminuição no rendimento, ainda sem determinação em termos percentuais.
Na Região Administrativa de Estrela, que abrange os vales do Cai, Taquari e parte do Rio Pardo, os produtores de arroz não conseguem trabalhar os quadros devido ao acumulo de água. Nessas áreas, o transbordamento dos rios é fator limitante para o início dos trabalhos. Outras regiões produtoras enfrentam problemas semelhantes. De acordo com técnicos da Emater/RS-Ascar, algo como 18 mil hectares de arroz estão semeados, o que representaria um pouco menos 2% do total esperado para este ano (1,1 milhão de ha). Considerando-se a média, nesta época, o percentual já atingiria cerca de 4%.
As lavouras de feijão estão sendo prejudicadas com a perda de solo, adubação, sementes e plantas em germinação por lixiviamento, ocasionado pela força das enxurradas no solo. Muitas áreas de cultivos terão que ser replantadas em decorrência desta situação. No Estado, as atuais fases da cultura encontram-se em atraso e somente 34% da área estimada para a 1ª safra de feijão foi plantada, o que representa uma defasagem de 18% em relação ao ano anterior e à média histórica.
O milho também enfrenta problemas decorrentes do clima. O grande número de dias com chuva impediu um avanço mais significativo no plantio, alcançando, nesta semana, apenas 38%, contra uma média de 46%. A falta de uma luminosidade mais intensa e a temperatura mais baixa tornam a germinação mais lenta. Nas partes mais baixas, algumas lavouras de milho apresentam plantas amareladas, decorrentes de problemas ocorridos durante a fotossíntese e ao afogamento das raízes.
HORTIGRANJEIROS E FRUTAS
No Litoral Norte, um das principais áreas de produção de hortigranjeiros da região Metropolitana, a cultura da alface vem sendo bastante afetada pelos rigores do clima, principalmente as implantadas a céu aberto. Os aspectos de sanidade e apresentação fazem depreciar o valor das plantas, causando prejuízos aos produtores.
No Médio Litoral, as lavouras de cebola estão com bom desenvolvimento vegetativo e com boa sanidade, em especial nos municípios de Tavares e Mostardas, porém a permanência do clima úmido favorece o aparecimento de doenças fúngicas, ocasionando problemas nos próximos períodos.
Com a safra de citrus se encaminhando para o final na região Serrana, melhora a procura e a cotação das frutas, que se apresentam com bom teor de suco e com excelente doçura e coloração. As plantas, em florescimento, mostram boa sanidade e os produtores iniciam os primeiros tratamentos para prevenção da pinta preta.
Adriane Bertoglio Rodrigues
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
51-2125-3104 /
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