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As chuvas intermitentes e o excesso de umidade começam a comprometer as lavouras de grãos em Goiás, o alerta é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado, Faeg. Segundo o presidente da entidade, José Mário Schreiner já se tem registros de regiões onde as perdas chegam a até 30% na média.
Na região Sudoeste, o município de Chapadão do Céu decretou Estado de Emergência na manhã desta sexta-feira (11). De acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio Roque Prates Filho estima-se que os prejuízos com a lavoura de soja, somente em Chapadão, chegarão a R$ 30 milhões. “Há 20 dias os produtores estavam muito animados com uma safra que era considerada promissora; bons preços, boas condições climáticas. Agora o cenário mudou e estamos muito preocupados”.
Ele conta que desde o dia 25 fevereiro as chuvas não dão trégua. O município já registrou uma precipitação de 250 milímetros, cinco vezes maior que a verificada no ano anterior. Diante da situação, o Sindicato reuniu laudos técnicos que comprovam os índices de perda nas lavouras e apresentou à prefeitura um pedido de Estado de Emergência, acatado nesta manhã.
Queda de qualidade
O cenário também é preocupante na região Sul do Estado. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Itumbiara, Rogério de Oliveira, há casos de produtores que dessecaram a soja para iniciar a colheita, mas sem pausa nas chuvas, perderam toda a lavoura. Ele explica que os mais prejudicados são os produtores que optaram pelas variedades de soja de ciclo médio.
O engenheiro agrônomo e assessor técnico da Faeg para a área de grãos, Leonardo Machado explica que quando a soja é colhida com alto teor de umidade, a concentração de grãos ardidos e com danos físicos se torna muito maior. Consequentemente, a qualidade do produto cai, assim como a remuneração pelo grão.
Na segunda-feira (14), o sindicato de Itumbiara reunirá em sua sede agrônomos, representantes de agentes financeiros, trades e armazéns da região para levantarem dados mais precisos da dimensão dos danos. “Muito se fala da safra recorde, mas estamos tendo problemas sérios que comprometerão a produção”, diz Oliveira.
Safrinha comprometida
O município de Goiatuba e região já contabilizam 12 dias consecutivos de chuva. O presidente do Sindicato Rural, Paulo Henrique Garcia explica que a situação começa a comprometer a qualidade dos grãos. “Os plantios da safrinha de milho e da safra de cana já estão atrasados em, ao menos, 15 dias. Isso vai fazer com que a gente tenha um desempenho menor na safrinha e pode reduzir o volume de cana para a moagem de 2012”, diz.
Na região do município de Cristalina as perdas já variam entre 8 e 10% nas lavouras de soja. De acordo com o produtor rural, Alécio Marótica a maior dificuldade é no momento da colheita. Com alta umidade, os grãos começam a germinar dentro das vagens.
A Faeg tem monitorado os impactos das chuvas nas lavouras do Estado por meio dos levantamentos realizados pela sua rede de Sindicatos Rurais. O presidente da entidade, José Mário Schreiner explica que, com esses problemas, a entrega do produto poderá sofrer atrasos e uma parcela de produtores pode não conseguir ofertar soja nos padrões de qualidade exigidos.
Francila Calica
Departamento de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR
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