Ceres Investimentos estima mais de R$ 100 milhões em registro de CPRs em 2022

Plataforma de soluções financeiras para o agronegócio tem atuado junto às distribuidoras de insumo para difundir esse tipo de título, que viabiliza crédito para custeio da safra

21.01.2022 | 14:00 (UTC -3)
Larissa Vieira

O ano de 2022 deve marcar um salto considerável nas negociações agrícolas via Cédulas de Produtos Rurais Financeiras (CPRs) no país, impulsionado pela forte demanda do mercado por crédito rural. A Ceres Investimentos, que desde o final do ano passado firmou parceria com a B3 para atuar nesse tipo de serviço, estima superar a marca de R$100 milhões de emissões em CPRs, utilizadas para obtenção de recursos por parte de agricultores e distribuidoras de insumos com o objetivo de financiar suas produções mediante a entrega futura de produtos.

De acordo com Tiago Rodrigues, diretor de Operações da Ceres Investimentos, um dos fatores que contribuirá para esse cenário é a agilidade no registro das CPRs, que, com a entrada em vigor da Lei do Agro (13.986 de 2020), passou a ser feita digitalmente. Enquanto a CPR registrada em cartório tem prazo de 10 dias úteis para ser emitida, a versão digital fica pronta na hora. “Isso permite ao produtor ter maior poder de decisão no momento de fechar o negócio, deixando para emitir a CPR quando as commodities estiverem mais valorizadas, tornando, assim, a operação mais rentável”, assegura o diretor de Operações da Ceres Investimentos. Vale lembrar que neste mês de janeiro, caiu o valor mínimo das CPRs para registro obrigatório em entidades credenciadas pelo Banco Central, passando de R$1 milhão para títulos iguais ou acima de R$250 mil. Em janeiro de 2023, cairá para R$50 mil e, a partir de janeiro de 2024, a obrigatoriedade será estendida para todas as CPRs.

Tiago Rodrigues, Diretor de Operações da Ceres Investimentos 
Tiago Rodrigues, Diretor de Operações da Ceres Investimentos 

Segundo Rodrigues, outro fator que pode contribuir para elevar as emissões desses títulos no país é a maior difusão da operação de Barter (atreladas a CPR na maioria dos casos), uma opção para financiamento da safra. “Hoje, cerca de 30% das negociações feitas pelos produtores nas distribuidoras/revendas para pagamento pelo insumo são efetuadas por meio de Barter. Mas nem todos os produtores, especialmente os de pequeno e médio porte, conhecem essa ferramenta de troca. Nossa meta é ser referência em soluções financeiras para o agronegócio e o registro de CPRs figura como um papel importante nesse processo. Para isso, nossa securitizadora foi homologada pela CVM e batemos um recorde de volume operado em nosso Fundo FIDC chegando a R$ 500 milhões em 2021 e fomos líderes em originação de CRA´s para o mercado de Middle, os chamados CRA´s pulverizados”, destaca.

O diretor de Operações da Ceres Investimentos acredita que o fato de a empresa ser totalmente direcionada para o agro tem contribuído para sua rápida expansão no país. A Ceres Investimentos espera superar a marca de R$1 bilhão, somados todos os ativos gerenciados por ela. “Conhecemos muito bem as particularidades do setor e estamos sediados em uma região de forte produção agrícola, que é o Triângulo Mineiro. Isso nos permite atuar bem focados nas distribuidoras. Isso mostra uma nova realidade do mercado financeiro, que precisa se voltar cada vez mais para o interior do país para atender essa grande demanda por soluções financeiras que vem do campo. Estamos conectando a ‘Faria Lima’ ao Cerrado brasileiro”, conclui Tiago Rodrigues.

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