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A comemoração do Dia Internacional do Cacau, dia 15 de julho, na Superintendência da Ceplac na Bahia, foi além do que celebrar a cultura cacaueira, marcou o início do processo de retomada da produção, visando garantir a autossuficiência do Brasil. O projeto “Cacau: Autossuficiência com Sustentabilidade” foi entregue ao secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Erikson Camargo Chandoha, que representou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro no evento.
Participaram da comemoração, ainda, produtores, agricultores familiares, autoridades, como os prefeitos de Ilhéus e Itabuna, Newton Lima e José Nilton Azevedo, o deputado federal Geraldo Simões e a representação do Mapa, através do secretário Erikson Chandoha. Também estiveram presentes o diretor-geral da Ceplac, Jay Wallace, e o superintende regional, Juvenal Maynart, além dos diretores dos centros de Pesquisa (Cepec), Adonias de Castro, e da Extensão (Cenex), Sérgio Murilo, e de dirigentes de entidades de produtores e ONGs, como Guilherme Galvão, da APC, e Durval Libânio, do Instituto Cabruca e presidente da Câmara Setorial do Cacau.
Este ano, o ponto alto da festa ficou dividido entre a tradicional premiação do Cacauicultor do Ano e do Agricultor Familiar Destaque e a palestra de apresentação do projeto para a autossuficiência, que foi entregue a Chandoha. Os dois agricultores premiados foram Jorge Roque Carilo Pinto, da Fazenda São Jorge, em Ilhéus, representando o agronegócio, e Manoel Ismael de Jesus, pela agricultura familiar, com propriedade em Valença. A palestra foi apresentada pelo chefe do Cenex, Sérgio Murilo.
Erikson Chandoha elogiou a iniciativa da Ceplac pela escolha do tema – Cacau: Autossuficiência com Sustentabilidade – e garantiu que o Ministério da Agricultura vai apoiar o projeto. “Mais do que vontade, temos obrigação de apoiar o desenvolvimento do cacau. Para isso, tem que haver projetos. O projeto que a Ceplac apresenta tem consistência e vamos discutir com os demais atores, aprimorarmos no que for preciso, trazendo para essa região não apenas um alento, mas a possibilidade de vislumbrar um novo desenvolvimento, uma nova fase na cultura do cacau”.
O representante do Mapa também afirmou que é preocupação do ministério dar apoio técnico ao médio e pequeno produtor, através da extensão rural. “E isso está contemplado no projeto apresentado pelo Sérgio Murilo”, afirma. Chandoha lembra que a preocupação do governo, mais que preparar o produtor, é preparar sua família, “para garantir que haja sucessão, para que amanhã, seus filhos e netos continuem o trabalho”.
“Hoje, o desafio já não é fixar o produtor no campo. Queremos garantir que seus filhos também continuem no campo, com condições de levar uma vida digna, sustentável. O sistema cabruca dá esse exemplo, porque é uma forma sustentável de agricultura praticada há 250 anos. Vamos trabalhar para que consigamos fazer sucessores que levarão adiante esse sistema”.
Quem também destacou a importância do sistema cabruca foi o diretor Jay Wallace, que lembrou, por exemplo, o fato de o produtor espontaneamente optar, até com renúncia de produtividade, pelo sistema de produção cabruca. “Sabemos que o cacau plantado com menos sombra produz mais, e temos aqui mesmo na Bahia exemplos de plantações que produzem até 150 arrobas por hectare. A renúncia não é pequena, e é mais do que justo que se pague um preço diferenciado pelo cacau plantado nessas condições pelos serviços ambientais que garante”, defendeu.
O valor agregado a partir do serviço ambiental – preservação de espécies remanescentes da Mata Atlântica – deverá advir da certificação ambiental que a Ceplac irá conferir, a partir da implantação da indicação geográfica para determinação da origem do produto. Delimitada a área de cabruca, as amêndoas produzidas nessas condições sustentáveis receberiam um selo ambiental, o que coferiria um valor diferenciado ao produto.
O superintendente da Ceplac na Bahia, Juvenal Maynart, destacou que a inclusão da instituição numa agenda positiva era fator necessário para reafirmar a Ceplac como órgão que dá respostas à sociedade, através de sua pesquisa e de sua extensão. Isso foi feito, com a adoção do modelo de produção pesquisado na Ceplac pelo engenheiro florestal Dan Lobão, a conservação produtiva, e pela participação na conferência Rio+20.
“Tenho certeza que a plataforma de transformação dessa região já está criada, e ela passa pela Ceplac. Por ser o único órgão de governo com inserção produtiva nos dois principais biomas de floresta tropical do mundo, acredito que já foi disparado um inevitável processo de fortalecimento, ainda também por tratar-se de um órgão que prestou inúmeros serviços à sociedade regional”.
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