Iapar discute integração lavoura-pecuária-floresta e qualidade da carne na ExpoLondrina
O Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, celebrou, em 10 de abril, os 20 anos do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar. Estiveram presentes na cerimônia a secretária da agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, o coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Orlando Melo de Castro, o diretor-geral do IAC, Hamilton Humberto Ramos, o professor de Planejamento, Estratégia e Marketing da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Marcos Fava Neves e o médico psiquiatra, escritor e diretor da Academia de Inteligência, Augusto Jorge Cury. O evento foi realizado em Ribeirão Preto e o seu objetivo foi de comemorar os avanços que o setor canavieiro atingiu ao longo desse período.
Durante o evento a secretária da agricultura, o diretor-geral do IAC e o diretor do Centro de Cana entregaram as obras de benfeitorias do Centro de Cana. Foram entregues uma guarita, ruas pavimentadas e novas instalações prediais. Além das inaugurações, houve homenagens a membros do grupo Fitotécnico. Ailto Antônio Casagrande, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, recebeu o prêmio “Nossa homenagem ao Professor”, Renato Ferreira da Rosa, recebeu o prêmio “Nossa homenagem ao Agrônomo e Companheiro”, e Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana do IAC e coordenador do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar, que recebeu uma homenagem especial pelo seu empenho ao grupo.
Bergamaschi destacou a importância do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar de trabalhar em conjunto com universidade, usina e pesquisadores. “Estou muito feliz por estar aqui no ano em que a Secretaria da Agricultura comemora 120 anos, o IAC comemora 125 anos e o Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar 20 anos”, informou a secretária da Agricultura do Estado de São Paulo.
O Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar foi fundado, em 1992, durante um período de crise do setor sucroalcooleiro. “Nós passávamos por um momento de baixa perspectiva para o setor e resolvemos criar oportunidades para debates de ideias que nos permitisse compartilhar conhecimentos e soluções. Fomos assim expectadores ativos de muitas mudanças no setor. Penso que todos nós crescemos juntos e o Grupo Fitotécnico de Cana ganhou cada vez mais expressão e importância neste contexto contemporâneo da cultura da cana-de-açúcar”, disse o diretor do Centro de Cana do IAC, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Hoje, o Estado de São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar, a produção de etanol do Estado chega a 60%, e essa expansão do setor foi acompanhada pelo grupo.
O grupo, formado por pesquisadores do IAC, universidades, outras instituições, e profissionais da iniciativa privada, iniciou suas atividades de maneira despretensiosa em uma mesa de bar. Porém, mesmo tendo esse ar de informalidade, o grupo nunca perdeu o foco de criar um fórum de debates que congregasse fitotecnistas de usinas, destilarias e cooperativas, assim como pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa para debater temas de relevância para o setor sucroalcooleiro. Os encontros no bar duraram pouco e depois de um ano passaram a ocorrer no Centro de Cana, em Ribeirão Preto. Atualmente, os membros do grupo se reúnem sete vezes por ano, as pautas das reuniões são definidas com pouca antecedência, pois assim os encontros podem ser mais dinâmicos e discutir os problemas urgentes.
Landell em suas palavras de agradecimento enalteceu sua equipe de trabalho. “O resultado obtidos pelo Centro de Cana é reflexo de uma grande equipe que atua em coesão”, disse o diretor do Centro de Cana do IAC.
No total são, aproximadamente, 100 instituições e empresas que fazem parte do grupo. Representantes de outros Estados como Goiás, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, participam com boa frequência das reuniões. Landell afirma que o grupo não é do IAC e sim do setor. Essa postura possibilitou um diálogo mais plural e imparcial. Segundo ele, a única exigência para ingressar no grupo é a de compartilhar o conhecimento. Essa integração de perspectiva de pesquisadores de várias áreas colaborou na prospecção das pesquisas. O sucesso da forma de trabalho do grupo se reflete no número de profissionais e instituições interessadas em participar, além do que o Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar foi objeto de estudo de mestrado e doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Embora o Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar não pertença ao IAC, pesquisadores da instituição das áreas de solo, fisiologia, clima, irrigação, engenharia e grãos já colaboraram com o grupo. O diretor do Centro de Cana do IAC destaca como principais temas tratados pelo grupo, ao longo desse período, a eliminação das queimadas nas lavouras, a implantação da cana crua, novas pragas, doenças, nutrição do solo, clima, mecanização, questões relacionadas à mão de obra dentre tantas outras.
O Centro de Cana IAC realiza trabalho multidisciplinar dentro do Programa Cana IAC que envolve melhoramento genético, ciências do solo, caracterização de ambientes de produção, fitotecnia, manejo de pragas e doenças e estimativa de produção. O IAC conta com rede de experimentação em 11 Estados brasileiros, com cerca de 160 empresas conveniadas.
O resultado dos trabalhos engloba o desenvolvimento de 20 variedades IAC — 19 para o setor sucroalcooleiro e uma para fins forrageiros. O Programa gera também eficientes pacotes tecnológicos, que têm levado a competitividade da canavicultura paulista a outros Estados brasileiros e ao exterior (México, países da América Central e Continente Africano).
O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, iniciou seus estudos em cana-de-açúcar, em 1892. Atualmente, a sede administrativa do Centro de Cana está localizada em Ribeirão Preto, onde se concentra a maior parte da equipe técnica, e ainda conta com as participações de pesquisadores lotados em Campinas e nos Polos Regionais da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA). Em junho de 2012, o IAC completa 125 anos de pesquisa agrícola ininterrupta.
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