Emater adia projeção da safra de uva 2026 no Rio Grande do Sul
Instituição considera cedo estimar a produção devido a oscilações climáticas nesta primavera
A Capal Cooperativa informou que a colheita na sua área de cobertura no Paraná, que ultrapassa 14 mil hectares, foi finalizada na última semana superando as expectativas. Após passagem pelo sistema de beneficiamento dos grãos, o total atingido foi de 58,7 mil toneladas, mais de 12% acima da perspectiva inicial da safra 2025, que era de 52 mil toneladas de produtividade líquida.
Segundo o coordenador regional de Assistência Técnica Agrícola (DAT) da cooperativa, Roberto Martins, o cenário climático na região foi fundamental para o desempenho dos resultados no campo, com regime hídrico favorável durante o inverno. “Apesar do volume menor, as chuvas ocorreram de forma regular e bem distribuída, e isso evitou períodos de estresse hídrico que poderiam comprometer a produtividade. A distribuição de água foi adequada nos momentos críticos do ciclo, principalmente para a cevada que tem seu plantio antecipado”, avaliou.
De acordo com Martins, as temperaturas amenas e a amplitude térmica — com noites frias e tardes ensolaradas — foram cruciais para o enchimento dos grãos e a formação de uma cevada de alta qualidade. “A menor nebulosidade durante as tardes de inverno garantiu maior incidência de radiação solar, otimizando a fotossíntese e contribuindo para o acúmulo de biomassa e energia nos grãos. O resultado é um maior peso específico, fator que eleva diretamente a qualidade do produto final”, detalhou.
Além de superar as expectativas em relação a produtividade colhida, a Capal destacou que a qualidade dos grãos também foi superior, devido a genética das cultivares trabalhadas e ao regime climático favorável. “Os registros na classificação da cevada mostram que mais de 90% das cargas recebidas apresentaram grãos maiores com ótimos sortimentos, proteínas mais baixas dentro das desejadas, alto poder germinativo dos grãos para a produção do malte e sem a presença de microtoxinas”, afirmou Martins.
Vilmar Schüssler, gerente da Maltaria Campos Gerais, para onde a produção integral de cevada da cooperativa é destinada, afirmou que tem observado que os grãos estão acima da média e atendem a todos os requisitos para malteação.
“No caso da recepção de cevada vindo dos cooperados da Capal , temos a perspectiva de classificar quase 100% da produção como cevada cervejeira. Temos notado que a área cultivada tem crescido e, com a expectativa de uma excelente safra 2025, esperamos que mais produtores rurais ligados às cooperativas façam parte do projeto de intercooperação, o que trará maior liquidez tanto para a Maltaria como para os produtores”, concluiu.
A Maltaria Campos Gerais, localizada no município de Ponta Grossa/PR, tem capacidade produtiva de 240 mil toneladas por ano. Para trabalhar na capacidade máxima, a demanda é de 800 toneladas por dia, que, após o processo de malteação, resulta em cerca de 650 toneladas de malte.
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