Seleção genômica é o novo desafio da pecuária brasileira
O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, abriu na manhã desta quarta-feira (23), os trabalhos da Câmara Setorial da Citricultura do Rio Grande do Sul. A reinstalação do fórum do setor ocorreu na sede da Seapa, em Porto Alegre, e contou com a participação de mais de 20 representantes da cadeia, entre produção, indústria, comércio e pesquisa. “Estamos aqui para produzir políticas públicas de desenvolvimento”, iniciou Mainardi. Ele salientou que a reinstalação deve ser de forma gradual e sem atropelos, possibilitando debates de fundo técnico.
A primeira questão levantada foi da necessidade de um diagnóstico do segmento, com a junção de informações como quais os tipos plantados, quantas árvores em cada município, qual o consumo de cada município. A Emater, entidade membro da Câmara, deve começar já no próximo mês um levantamento, por estimativa, da fruticultura comercial (o último é de 2008), onde constará a área plantada, o número de pomares e a produção. O estudo deverá estar pronto em novembro.
O Rio Grande do Sul produz, hoje, 36 espécies frutíferas no total, e destas, 32 apresentam um cultivo expressivo. Entretanto, a produtividade é bastante baixa. De acordo com José Estefenon, da Tecnovin Brasil, a indústria tem “certa angústia porque a produção no estado está em declínio e nos obrigamos a trazer frutas de São Paulo para podermos utilizar nossa capacidade”. Ele lembrou que são produzidos 350 milhões de Kg de frutas, plantadas em 27 mil hectares, apresentando uma produtividade de 12,81 mil Kg/ha. Enquanto São Paulo produz 33 mil Kg/ha.
Pelos produtores, a reclamação está no custo do transporte, principalmente, o que vem inviabilizando a venda para lugares mais distantes de suas regiões. Isto acarreta a venda in natura para o comércio, perdendo a indústria.
O técnico do Mapa, Jairo Carbonari, apresentou um estudo sobre o greening, uma praga que atinge os pomares de citros e que chegou ao Brasil em 2004, no estado de São Paulo. A origem da doença é a Ásia. Hoje, já atinge pomares de Minas Gerais e do Paraná. No Rio Grande do Sul, nenhuma incidência da praga foi detectada, mas o Mapa, a Seapa e a Embrapa já vêm realizando um trabalho preventivo, monitorando alguns pomares. O greening é transmitido por inseto – Diaphorina citri, mas pode vir também por mudas contaminadas. Trata-se de uma doença que não tem tratamento, a única medida é o corte da árvore.
O secretário Mainardi sugeriu a criação de um grupo técnico de trabalho “para estudar medidas de proteção dos pomares gaúchos contra o greening”. Compõem esse grupo, representantes da Secretaria, do Mapa, da Embrapa, da Fepagro, da Ufrgs e da Emater.
“Pelo que ouvi aqui, e do preço não ouvi ninguém reclamar”, disse Mainardi, “se produzíssemos 50% a mais, poderíamos entrar em outros mercados. Proponho um grupo de trabalho que apresente medidas que caibam ao Governo do Estado realizar, e também ao Governo federal, no sentido de ampliarmos a produção de citros no Rio Grande do Sul”. A equipe que fará o levantamento do consumo interno de citros e elaborará uma sugestão de programa de crescimento da cadeia é formada por representantes da Seapa, Comitê de Fruticultura da Metade Sul do RS, Tecnovin Brasil e Sucos Petry (indústria), Avimudas, Emater, Famurs, Secretaria do Meio Ambiente, Ufrgs e Câmara Setorial Regional do Vale do Caí.
Em três meses, o colegiado deverá se reunir novamente para apresentação e exame das propostas dos grupos de trabalhos.
Clarice Lena Mateuzzi Giorgi
Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio - SEAPA
(51) 3288-6211
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