Cafés do Brasil exportam o equivalente a 3,4 milhões de sacas de 60kg em fevereiro de 2022

Receita cambial gerada com exportações de café foi US$ 782,6 milhões com preço médio de US$ 227,44 a saca em fevereiro deste ano

14.03.2022 | 14:53 (UTC -3)
Embrapa
Receita cambial gerada com exportações de café foi US$ 782,6 milhões com preço médio de US$ 227,44 a saca em fevereiro deste ano. - Foto: Wenderson Araujo/CNA
Receita cambial gerada com exportações de café foi US$ 782,6 milhões com preço médio de US$ 227,44 a saca em fevereiro deste ano. - Foto: Wenderson Araujo/CNA

As exportações dos Cafés do Brasil no mês de fevereiro de 2022 foram equivalentes a 3,4 milhões de sacas de 60kg. A exportação de café da espécie arábica (Coffea arabica) foi responsável por 87,7% do volume total, ao atingir 3 milhões de sacas. E da espécie Coffea canephora (café conilon e robusta), com 129,8 mil sacas, alcançou 3,8% de participação, enquanto o café solúvel representou 8,5% do total, com 291,7 mil sacas exportadas.

A receita cambial gerada em fevereiro de 2022 foi de US$ 782,6 milhões, com um aumento de 50% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na conversão em reais, o valor foi de R$ 4 bilhões, montante que representa um aumento 43,9%, se comparado com a receita gerada em reais em fevereiro do ano passado.

Em relação ao somatório das exportações dos Cafés do Brasil nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o volume total atingiu o equivalente a 6,2 milhões de sacas, volume que representa um redução de 11,9%, se comparado com primeiro bimestre de 2021. Em contraponto, a receita cambial das exportações do café brasileiro registrou aumento de 52,7%, passando de US$ 996,6 milhões no primeiro bimestre de 2021 para US$ 1,5 bilhão neste mesmo período de 2022.

Com relação especificamente aos cafés diferenciados – que são os cafés que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis – o Brasil exportou o equivalente a 1,1 milhão de sacas de 60kg, no primeiro bimestre de 2022, perfazendo um incremento de 9,2% em relação ao volume de 2021, que foi de 1 milhão de sacas.

Neste mesmo contexto, vale ainda destacar que os cafés diferenciados representaram 16,4% do total exportado dos Cafés do Brasil nos dois primeiros meses deste ano, com uma receita cambial de US$ 336,5 milhões, o equivalente a 22,1% de toda a receita cambial obtida com as exportações brasileiras de café em 2021.

Para o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, cujo Relatório mensal fevereiro 2022, orientou esta análise, “o desencadeamento da guerra entre Rússia e Ucrânia passa a gerar preocupações e acende a luz de alerta ao setor exportador do Brasil”. Entretanto, que “é prematuro, até o momento, fazer uma projeção sobre os reais impactos, uma vez que a base de informação é o certificado de origem da Organização Internacional do Café (OIC), requerido para amparar todos os embarques do país, e ainda não há números que permitam a realização de um diagnóstico preciso”.

Tal Relatório do Cecafé, que divulga mensalmente a performance das exportações dos Cafés do Brasil, está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Além desses destaques, os Relatórios mensais divulgados pelo Cecafé trazem ainda várias informações e análises sobre as exportações brasileiras de café, participação percentual por qualidade nas exportações, exportações de cafés diferenciados, exportações de café por continente, grupo e bloco econômico, principais destinos e portos de embarque das exportações, perfil do consumo mundial de café, participação brasileira nas exportações mundiais de café, dados da balança comercial, etc. que valem a pena serem consultados.

Conforme o artigo publicado neste Relatório do Cecafé, intitulado Soluções sustentáveis da cafeicultura brasileira, “A pesquisa cafeeira nacional, coordenada pela Embrapa Café, tem gerado importantes soluções tecnológicas nacionais para a melhoria da estrutura e da fertilidade do solo, de sua capacidade de armazenamento de água e estoque de carbono. É o caso da utilização da braquiária decumbens como planta de cobertura nas entrelinhas do cafezal, que aumenta de 18% a 20% a água prontamente disponível no solo para o cafeeiro e permite a estocagem de até 10,7 t/ha-1 de carbono orgânico nos primeiros 0,20m do solo, segundo informações divulgadas pela estatal. Com orientação técnica para a implantação da braquiária, não se observa competição com o cafeeiro e há melhoria na ciclagem de nutrientes e da incorporação de matéria orgânica no solo”.

Em complemento, o artigo enfatiza que “Essa tecnologia já é adotada nos estados da Bahia, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal e contribui, de forma significativa, para o manejo mais sustentável das plantas invasoras dos cafezais. O plantio da braquiária na entrelinha reduz em cerca de 40% a utilização de herbicidas e o uso de máquinas e equipamentos, favorecendo a dimensão econômica da sustentabilidade ao reduzir custos e promover o aumento da produtividade, de cinco sacas de café por hectare”.

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