Cafeicultores aumentam lucro com colheita mecanizada seletiva

28.07.2015 | 20:59 (UTC -3)
Andrea Beller

Menos grãos no chão e mais lucro na comercialização do café. Essas foram as principais vantagens observadas pelo produtor rural Lucio Gondim Velloso ao trocar a colheita convencional pela colheita mecanizada seletiva. Ele tem 230 hectares plantados com as variedades Catuaí Amarelo e Vermelho no município de Carmo do Paranaíba, na região do cerrado mineiro.

Há quatro anos, Lucio começou a usar as colhedoras Coffee Express 200, da Case IH, para fazer a colheita seletiva, que hoje representa 80% da área plantada. Segundo o cafeicultor, na primeira etapa, a máquina passa com uma vibração menor das varetas e com maior velocidade de trabalho, colhendo entre 30% e 40% dos frutos. Desse total, apenas 10% estão verdes, contra 40% em uma colheita normal, feita no mesmo período. Na segunda etapa, 30 dias depois, com vibração maior das varetas, ele colhe o restante.

Lucio percebeu que, ao entrar na lavoura até 30 dias antes do que um processo convencional, a carga de frutos nas árvores diminui e, consequentemente , reduz a quantidade de grãos no chão. “Além de aumentar a janela de trabalho da fazenda, a qualidade do café colhido é maior e conseguimos um incremento de até 10% no preço do produto”, comemora.

De acordo com o professor Fábio Moreira, da UFLA (Universidade Federal de Lavras), referência em colheita mecanizada e seletiva do café, o lucro pode ser ainda maior. “Em comparação com a colheita manual, a tecnologia amplia o lucro do produtor em até 15%, pois melhora a qualidade do café e reduz os gastos em até 67%, em média”, explica. Os resultados são baseados numa pesquisa feita pelo professor com a colhedora Coffee Express 200, da Case IH, e já foram apresentados em congressos internacionais na Costa Rica e na Colômbia.

Na Jodil Agropecuária, na região de Alfenas, sul de Minas Gerais, a colheita mecanizada seletiva é feita há uma década e abrange atualmente 70% dos 3.065 hectares plantados com café arábica. “Nos últimos dez anos, saímos de 25% para 35% de café cereja e nossa meta é chegarmos a 40% do produto, descascado”, afirma Luiz Carlos Marques, que gerencia as seis propriedades da empresa.

A Jodil tem 11 colhedoras Case IH e Marques planeja ampliar a frota para atingir a meta de colher nos próximos anos, até os meses de julho (quando ainda há grãos maduros nas árvores), mais de 70% da área plantada.

Foto: Luís Adolfo Fonseca Júnior

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