Brasil registra seca em 92% do território, aponta Monitor

Área com seca diminuiu nas regiões Norte e Sul, enquanto o fenômeno avançou no território nordestino

27.11.2024 | 15:18 (UTC -3)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico

Conforme a última atualização do Monitor de Secas, entre setembro e outubro, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em dez unidades da Federação: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Roraima e Tocantins. No sentido oposto, em outras 12 unidades da Federação a seca se intensificou nesse período: Alagoas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, São Paulo e Sergipe. Em outros quatro estados o fenômeno ficou estável em termos de severidade nesse período: Acre, Amapá, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Somente o Rio Grande do Sul seguiu livre de seca em outubro.

Considerando as cinco regiões geopolíticas acompanhadas pelo Monitor de Secas, o Nordeste teve a condição mais branda do fenômeno em outubro, enquanto o Norte teve a situação mais severa, registrando seca excepcional – a mais severa na escala do Monitor. Entre setembro e outubro, houve um abrandamento do fenômeno em quatro das cinco regiões do Brasil: Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste. A exceção foi o Sul, onde o fenômeno se intensificou em virtude do aumento da severidade da seca no Paraná. Considerando a extensão da área com seca, o fenômeno se expandiu no Nordeste. Tanto no Norte quanto no Sul a área com seca teve uma leve redução. No Centro-Oeste e no Sudeste o fenômeno seguiu sendo verificado na totalidade dos territórios dessas regiões.

Na comparação entre setembro e outubro, três estados registraram o aumento da área com seca: Alagoas, Bahia e Ceará. No sentido oposto, o Monitor verificou a diminuição da área com o fenômeno em outros quatro estados: Amapá, Amazonas, Roraima e Santa Catarina. Já em outras 19 unidades da Federação a área com seca se manteve estável: Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Por sua vez, somente o Rio Grande do Sul se manteve livre de seca em outubro.

Dezessete unidades da Federação registraram seca em 100% do território em outubro deste ano: Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Nas demais unidades da Federação que registraram área com seca, os percentuais variaram de 32% a 99%.

As cores do gráfico indicam as regiões centro-oeste, sudeste, nordeste, sul e norte.
As cores do gráfico indicam as regiões centro-oeste, sudeste, nordeste, sul e norte.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de outubro, seguido por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia. No total, entre agosto e setembro, a área com o fenômeno aumentou de 7,96 milhões para 7,85 milhões de km², o equivalente a 92% do território brasileiro.

Situação por UF

Acre

Entre maio e outubro, a área com seca seguiu presente na totalidade do território do Acre. É a primeira vez que o estado registra seca em 100% de seu território por seis meses consecutivos desde novembro de 2022, quando o estado entrou no Mapa do Monitor

Em termos de severidade, o fenômeno se manteve estável entre setembro e outubro com a presença de áreas com seca grave e com seca extrema. É a condição mais severa do fenômeno no AC desde novembro de 2022

Alagoas

Entre setembro e outubro, a área com seca em Alagoas aumentou de 73% para 85%. É a maior área com registro do fenômeno no estado desde os 100% registrados em fevereiro de 2021

Alagoas registrou a intensificação do fenômeno com o registro da seca grave em 6% do estado em outubro. É a maior severidade da seca no território alagoano desde dezembro de 2023, quando houve seca grave em 16% do estado

Amapá

Entre setembro e outubro, houve a redução da área com seca de 92% para 82% do Amapá

A severidade do fenômeno se manteve estável no Amapá entre setembro e outubro com a seca moderada permanecendo no patamar de 3% do território amapaense. Além disso, o Amapá teve a condição mais branda de seca entre os estados do Norte em outubro

Amazonas

A área com seca no Amazonas caiu levemente de 100% para 99% do estado entre setembro e outubro

Entre setembro e outubro, o Amazonas teve o abrandamento da seca no estado com a redução da área com seca excepcional de 30% para 26% do território amazonense. Ainda assim, o estado teve a condição mais intensa da seca no Brasil entre todas as unidades da Federação em outubro

Bahia

A área com seca aumentou de 91% para 93% da Bahia entre setembro e outubro. É a maior área com seca no estado desde janeiro deste ano: 99%

O fenômeno se abrandou no território baiano entre setembro e outubro com a redução da área com seca grave de 18% para 5% do estado

Ceará

A área com seca no Ceará aumentou de 68% para 76% do estado entre setembro e outubro. Ainda assim, o Ceará teve o menor percentual de área com seca do Nordeste em outubro

A seca se intensificou no Ceará entre setembro e outubro com o registro de seca moderada em 5% do estado. Essa é a condição mais severa do fenômeno no CE desde os 10% de seca moderada verificados em março de 2024. Por outro lado, o Ceará teve a melhor condição de seca dentre os estados nordestinos em outubro

Distrito Federal

Entre maio e outubro, a área com seca seguiu presente em 100% do Distrito Federal. Desde o período entre junho e novembro de 2022, é a primeira vez que o DF registra seca na totalidade de seu território por seis meses consecutivos

A seca se abrandou no Distrito Federal entre setembro e outubro, visto que a seca extrema deixou de ser verificada no DF. Com o registro somente de seca moderada, o Distrito Federal teve a melhor condição do fenômeno no Centro-Oeste em outubro

Espírito Santo

Entre junho e outubro, a área com seca se manteve em 100% do Espírito Santo. Desde o período entre julho e novembro de 2022, é a primeira vez que o estado registra cinco meses consecutivos de seca na totalidade de seu território

Entre setembro e outubro, a seca se abrandou no Espírito Santo, com a forte redução da área com seca moderada de 100% para 50% do estado. Além disso, o território capixaba teve a condição mais branda de seca entre os estados do Sudeste em outubro

Goiás

A área com seca se manteve em 100% de Goiás entre julho e outubro. Desde o período entre julho e outubro de 2022, é a primeira vez que o fenômeno é registrado por quatro meses consecutivos no estado

A seca se abrandou em Goiás entre setembro e outubro, pois a seca extrema deixou de ser registrada no estado

Maranhão

Entre setembro e outubro, a área com seca se manteve estável em 100% do Maranhão. Desde o período de dezembro de 2017 a janeiro de 2018, é a primeira vez que o estado registra seca na totalidade de seu território por dois meses consecutivos

O fenômeno se intensificou no Maranhão com o aumento significativo da área de seca moderada, que passou de 58% para 88% do estado entre setembro e outubro. Essa é a condição mais severa do fenômeno no Maranhão desde fevereiro deste ano, quando houve seca grave em 13% do estado

Mato Grosso

Mato Grosso seguiu com seca na totalidade de seu território entre julho e outubro. Desde junho de 2021, quando MT entrou no Mapa do Monitor, é a primeira vez que o estado registra seca em 100% de seu território por quatro meses consecutivos

Houve um abrandamento da seca em Mato Grosso entre setembro e outubro, já que a seca extrema deixou de ser registrada em seu território. Ainda assim, o estado teve a condição mais severa do fenômeno no Centro-Oeste em outubro com os 60% de seca grave verificados em MT

Mato Grosso do Sul

Em Mato Grosso do Sul, a área com seca se manteve na totalidade do estado entre julho e outubro. Desde o período entre abril e julho de 2022, é a primeira vez que o estado registra quatro meses consecutivos do fenômeno na totalidade do território sul-mato-grossense

A seca se abrandou levemente em Mato Grosso do Sul entre setembro e outubro, já que a seca extrema deixou de ser verificada no estado

Minas Gerais

Entre julho e outubro, Minas Gerais seguiu com seca em 100% de seu território. Desde a entrada de MG no Mapa do Monitor em novembro de 2018, é a primeira vez que o estado registra o fenômeno na totalidade de seu território por quatro meses consecutivos

Em Minas Gerais a seca se abrandou entre setembro e outubro, já que a seca extrema deixou de ser verificada no estado

Pará

O Pará seguiu com seca em 100% de seu território entre agosto e outubro. É a primeira vez que o estado registra o fenômeno por três meses consecutivos desde sua entrada no Mapa do Monitor em abril de 2023

Entre setembro e outubro, houve uma intensificação da seca no Pará com o avanço significativo da seca grave de 3% para 17% do território paraense nesse período. É a condição mais intensa do fenômeno no estado desde abril de 2023, quando o Pará entrou no Mapa do Monitor

Paraíba

A Paraíba registrou seca na totalidade de seu território tanto em setembro quanto em outubro. Desde o período de novembro a dezembro de 2021, essa é a primeira vez que o estado tem seca em 100% de seu território por dois meses consecutivos

Entre setembro e outubro, a seca se intensificou na Paraíba com o registro de seca moderada em 8% de seu território. É a condição mais severa no estado desde os 20% de seca moderada registrados em fevereiro deste ano

Paraná

Entre agosto e outubro, a área com seca se manteve em 72% do Paraná. É a maior área com o fenômeno no estado desde maio de 2022, quando o fenômeno foi registrado em 98% do território paranaense. Em outubro o PR foi o estado do Sul com maior percentual de área com registro de seca

Entre setembro e outubro, a seca se intensificou no Paraná com o registro de seca grave em 24% do estado. Essa é a condição mais severa de seca no território paranaense desde maio de 2022. Além disso, o Paraná teve a maior severidade da seca entre os estados do Sul em outubro

Pernambuco

Pernambuco seguiu com seca em 100% de seu território entre setembro e outubro. É a primeira vez que o estado registra o fenômeno na totalidade de sua área por dois meses consecutivos desde o período entre fevereiro e março de 2021

A seca se intensificou em Pernambuco entre setembro e outubro, devido ao registro da área com seca grave em 7% do estado. É a maior severidade da seca no estado desde janeiro deste ano, quando houve seca grave em 11% de Pernambuco

Piauí

Entre setembro e outubro, a área com seca no Piauí permaneceu em 100% do estado. Desde o período entre novembro e dezembro de 2023, é a primeira vez que o território piauiense registra o fenômeno em todo o estado por dois meses consecutivos

A seca se intensificou no Piauí entre setembro e outubro com o aumento da seca grave de 7% para 14% do estado. É a condição mais severa do fenômeno no PI desde outubro de 2021, quando houve seca grave em 21% do território piauiense

Rio de Janeiro

A área com seca seguiu em 100% do território fluminense entre setembro e outubro. Essa é a primeira vez que o Estado do Rio de Janeiro registrou seca em sua totalidade por dois meses consecutivos desde sua entrada no Mapa do Monitor em maio de 2020

A severidade da seca se manteve estável no Estado do Rio de Janeiro entre setembro e outubro com o registro de seca moderada em 67% do RJ. Essa é a condição mais severa do fenômeno no estado desde sua entrada no Mapa do Monitor em maio de 2020

Rio Grande do Norte

A área com seca no Rio Grande do Norte se manteve no patamar de 95% entre setembro e outubro. É a maior área com seca no estado desde novembro de 2023, quando houve seca na totalidade do RN

A seca se intensificou no Rio Grande do Norte entre setembro e outubro com o registro de seca moderada em 12% do estado. É a condição mais severa do fenômeno no território potiguar desde os 44% de seca moderada registrados em janeiro deste ano

Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul se manteve livre de seca entre outubro de 2023 e outubro deste ano. O estado apresenta a melhor condição do Brasil em outubro como única unidade da Federação livre de seca

O Rio Grande do Sul se mantém livre de seca há 13 meses consecutivos. A condição do estado é a melhor do Brasil em outubro

Rondônia

A área com seca se manteve em 100% de Rondônia entre julho e outubro. Desde o período entre dezembro de 2023 e março deste ano, é a primeira vez que o estado registra seca em sua totalidade por quatro meses consecutivos

Entre setembro e outubro, a seca se intensificou em Rondônia com o avanço da seca grave de 64% para 72% do território rondoniense. É a maior severidade de seca no estado desde janeiro de 2024, quando houve seca excepcional, a mais severa na escala do Monitor, em 2% de RO

Roraima

Entre setembro e outubro, Roraima teve uma forte redução da área com seca, que caiu de 77% para 32% de seu território. É a menor área com o registro do fenômeno no estado desde sua entrada no Mapa do Monitor em novembro de 2023. Além disso, Roraima teve o menor percentual de área com seca no Norte em outubro

Entre setembro e outubro, a seca se abrandou em Roraima com a redução da área de seca moderada de 28% para 20% do estado nesse período

Santa Catarina

Santa Catarina registrou a redução da área com seca de 50% para 38% entre setembro e outubro

Entre agosto e outubro, a severidade do fenômeno se manteve estável em Santa Catarina, já que no período houve somente o registro de seca fraca, a mais branda na escala do Monitor

São Paulo

No Estado de São Paulo a área com seca seguiu em 100% de seu território entre setembro e outubro. Desde o período entre julho e agosto de 2022, é a primeira vez que SP registra seca na totalidade do estado por dois meses consecutivos

A seca se intensificou no Estado de São Paulo entre setembro e outubro com o aumento significativo da área com seca grave de 23% para 47% do estado. É a maior intensidade do fenômeno em São Paulo desde janeiro de 2023, quando houve seca extrema em 3% do estado. Além disso, SP teve a maior severidade da seca entre os estados do Sudeste em outubro

Sergipe

Entre setembro e outubro, a área com seca se manteve em 100% de Sergipe. É a primeira vez que o estado registra o fenômeno na totalidade de seu território por dois meses consecutivos desde o período de janeiro a fevereiro deste ano

Entre setembro e outubro, Sergipe voltou a registrar seca grave em 20% de seu território. Com isso, o estado teve a maior severidade do fenômeno desde novembro de 2021, quando houve seca grave em 36% do estado. Sergipe teve, ainda, a maior severidade de seca do Nordeste em outubro

Tocantins

Tocantins seguiu com seca em 100% de seu território entre julho e outubro. Desde o período entre dezembro de 2023 e março deste ano, é a primeira vez que o estado registra seca na totalidade de seu território por quatro meses consecutivos

Em Tocantins a seca se abrandou entre setembro e outubro com a redução da área com seca grave de 66% para 52% do estado

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