Brasil fecha acordo e vai exportar melão para China

China irá exportar pera para o Brasil. Os atos foram firmados durante Cúpula do Brics, que ocorre em Brasília

13.11.2019 | 20:59 (UTC -3)
MAPA

O Brasil fechou acordo com a China que viabiliza a exportação de melão para o país asiático. Em contrapartida, os chineses poderão vender pera para o mercado brasileiro. Os atos foram firmados após reunião bilateral dos presidentes Jair Bolsonaro e Xi Jinping, dentro da XI Cúpula do Brics, que teve início nesta quarta-feira (13) em Brasília. A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) participou do encontro.  

O acordo para exportação de melão é simbólico, pois se trata do primeiro entendimento com a China sobre frutas. Além da diversificação da pauta exportadora agrícola para a China (a maioria das vendas é de soja e carne), o protocolo tem potencial de alavancar a fruticultura brasileira, principalmente da Região Nordeste, que hoje direciona as vendas externas para a Europa. 

"Os acordos assinados e os protocolos de intenção serão potencializados por nós para o bem dos nossos povos. A China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil", disse o presidente Jair Bolsonaro após a cerimônia de atos.

A medida foi negociada durante recente visita do presidente Bolsonaro e da ministra Tereza Cristina à China. A ministra disse que as negociações com os chineses vão além dos acordos assinados hoje. Segundo ela, os dois países acertaram o certificado sanitário para a exportação de farelo de algodão brasileiro e negociam a exportação de farelo de soja e a ampliação das vendas de café brasileiro para os chineses.

"Temos um plano de trabalho conjunto entre as agriculturas brasileira e chinesa. Já temos vários entendimentos em andamento das nossas visitas, mas a parceria com a China fica mais robusta com a reunião de hoje", afirmou a ministra.

Foi firmado também plano de ação para colaboração agrícola, que prevê transferência de tecnologia, inovação, atração de investimentos e promoção comercial entre os dois países.  

Brics

Presidida pelo presidente Jair Bolsonaro, a XI Cúpula do Brics é realizada em Brasília nesta quarta e quinta-feiras (14). Participarão o presidente Vladimir Putin (Rússia), o primeiro-ministro Narendra Modi (Índia), o presidente Xi Jinping (China) e o presidente Cyril Ramaphosa, da África do Sul.

"O Brasil exerce, este ano, a presidência de turno do Brics, sob o lema 'Crescimento Econômico para um Futuro Inovador'. As áreas prioritárias de trabalho são: ciência, tecnologia e inovação; economia digital; aproximação entre o Conselho Empresarial do Brics e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB); saúde e combate à corrupção e ao terrorismo", informa o Ministério das Relações Exteriores.

Na cúpula, os mandatários irão discutir formas de intensificar a cooperação intra-Brics. Ao final, uma declaração tratará de temas da agenda internacional e da cooperação no âmbito do agrupamento.

Serão realizadas, durante os dois dias, reuniões bilaterais entre o presidente Jair Bolsonaro e os mandatários dos demais países-membros. Nesta quarta-feira, há sessão de encerramento do Fórum Empresarial do Brics, que reunirá cerca de 500 empresários dos cinco países.

A ministra Tereza Cristina integra a delegação do Brasil e participará das sessões plenárias, encontros bilaterais e fórum empresarial. 

Carta de Bonito

Em setembro, a ministra liderou a 9º Reunião dos Ministros da Agricultura do Brics, realizada em Bonito (MS). Na ocasião, os representantes dos cinco países assinaram a Carta de Bonito, com 27 itens que reiteram o comprometimento com a cooperação na área agrícola. Os ministros afirmaram o potencial para aprimorar a colaboração nas áreas de produção de alimentos, segurança alimentar e segurança ambiental.

Segundo o documento, os países do Brics estão prontos para fortalecer os mecanismos e aprimorar a comunicação em importantes temas internacionais, como o incentivo a novas soluções para o aumento da produção de alimentos, o empreendedorismo em startups de agrotecnologia, o aumento do comércio internacional, a segurança alimentar em países em desenvolvimento e o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

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