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No dia 9 de outubro, o seminário Sustainable Mobility: Ethanol Talks desembarca em Jacarta, capital e maior cidade da Indonésia, para discutir oportunidades para o biocombustível na mobilidade sustentável. Este será o primeiro evento do programa Ethanol Talks após o lançamento da Aliança Global para os Biocombustíveis (GBA), em setembro, no âmbito do G20 – grupo que reúne as maiores economias do mundo.
O seminário é promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Embaixada do Brasil em Jacarta, com apoio de parceiros locais.
“O Ethanol Talks é uma oportunidade ímpar de trocarmos experiências, discutir erros e acertos, transformando e adaptando rotas tecnológicas para avançarmos na descarbonização da matriz de transportes, responsável por quase 25% das emissões de gases de efeito estufa”, afirma o presidente da Unica, Evandro Gussi. “Estamos muito felizes de retornar à Ásia neste momento em que a contribuição dos biocombustíveis para a transição energética foi reconhecida pelo G20, com a formação da Aliança Global para os Biocombustíveis”, completa.
A abertura será feita pelo ministro de Relações Exteriores do Brasil, embaixador Mauro Vieira, e o ministro de Energia e Recursos Minerais da Indonésia, Arifin Tasrif. Os debates técnicos contam com especialistas do Brasil e de países asiáticos, divididos em quatro painéis temáticos: políticas públicas; etanol no sudeste da Ásia; o uso do etanol e a indústria automotiva; e soluções tecnológicas para a descarbonização.
Atualmente, mais de 70 países no mundo já possuem mandatos que estabelecem algum nível de mistura de etanol na gasolina. O biocombustível tem uma das menores pegadas de carbono, podendo reduzir em até 90% quando comparado à gasolina. No Brasil, desde que os carros flex foram lançados em 2003, o uso de etanol evitou a emissão de mais de 630 milhões de toneladas de CO2. Além do hidratado (E100), é mandatório no país a mistura de 27% de etanol na gasolina.
Já na Indonésia, a mistura de etanol na gasolina faz parte da estratégia do governo para expandir o uso de combustíveis renováveis. Em junho deste ano, a empresa estatal de energia anunciou o início das vendas de gasolina com 5% de etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar, em duas cidades – Jacarta e Surabaya (ilha de Java).
O governo indonésio já manifestou a intenção de ampliar gradativamente a mistura de etanol na gasolina. A implementação de um eventual mandato de mistura de E10 em todo o país exigiria uma demanda de 890 milhões de litros de etanol por ano – o país tem como objetivo produzir 1,2 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar até 2030.
“A Indonésia tem potencial produtivo para alavancar a indústria de biocombustível, e podemos contribuir compartilhando soluções para a agroindústria da cana, a exemplo da nossa parceria com a Índia”, afirma Flávio Castellari, diretor-executivo do Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool).
Nos países asiáticos, assim como em outras partes do mundo, são diversos os desafios para a ampliação da mistura de etanol na gasolina em nível nacional, como infraestrutura, custo, disponibilidade do produto e questões regulatórias. Todos esses temas estarão em debate no Ethanol Talks: Indonesia.
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