Boletim sobre desenvolvimento da safra em SC

24.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

Os fatores climáticos adversos ocorridos nos últimos meses, como excesso de chuvas, variação brusca de temperatura, excesso de umidade, baixo índice de insolação, dificultaram o preparo de solo e plantio e o desenvolvimento das lavouras de verão. Nas culturas de inverno as intempéries interferiram mais na colheita e na qualidade dos produtos.

A seguir apresentamos uma síntese da situação das principais lavouras em desenvolvimento nas diversas regiões produtoras.

Milho

A área já plantada no estado gira em torno de 90% da área estimada inicialmente. Os dez por cento restantes situam-se nas regiões do Meio Oeste e Planalto Serrano. De modo geral o excesso de chuvas não causou prejuízo significativo à cultura. Nas regiões onde as chuvas são mais intensas, a cultura é pouco expressiva, a área plantada de milho é de aproximadamente 6% da área cultivada no estado. A estimativa de perda está sendo levantada, porém, preliminarmente, acredita-se que somente haverá prejuízo em pequenas áreas que foram inundadas.

Feijão

Aproximadamente 60% da área encontra-se plantada. Nas regiões de Campos de Lages, Curitibanos e Joaçaba o plantio está mais atrasado, o que é característico considerando o cronograma de plantio nestes locais.

Esta cultura é bastante susceptível a excesso de chuvas, que prejudicam o desenvolvimento, além de aumentar a incidência de doenças. A Região Oeste e Planalto Norte, onde o plantio se encontra concluído, o clima tem se apresentado favorável ao desenvolvimento da lavoura. Nas regiões mais atingidas pelas chuvas, nos últimas semanas, a área plantada representa aproximadamente 5% do total cultivado. Nestas áreas parte das lavouras devem se recuperar com a normalidade do tempo, enquanto a menor parte talvez necessite de replantio, no entanto, o dimensionamento ainda está sendo realizado.

Trigo

A colheita segue em ritmo acelerado. Estima-se que 50 a 55% da lavoura estejam colhidos. Na região oeste e no planalto norte a colheita deve praticamente ser concluída ainda até o final de novembro. Na região de Joaçaba, Curitibanos e Campos de Lages a colheita segue normalmente, com aproximadamente 30% colhidos. A produtividade obtida é maior que a expectativa que se tinha há algumas semanas.

Arroz

O plantio em todo estado está quase concluído, com mais de 98% da área cultivada. Os problemas nas áreas cultivadas são diferenciados, conforme a região, principalmente, considerando o estágio atual de desenvolvimento da cultura e a precipitação pluviométrica local. Por esses fatores a regiões mais prejudicadas são as do Baixo e Médio Vale do Itajaí e Criciúma no Sul Catarinense, que detém em torno de 27% da área do estado.

Uma avaliação mais consistente poderá ser efetuada somente após o escoamento das águas, porém, um levantamento preliminar aponta para uma perda de 10 a 20% da produção. Cabe destacar que em alguns casos houve perda total da área plantada, e isso concretamente se constitui em prejuízo para o agricultor, mas, ainda existe a possibilidade de replantio das áreas, que em termo de safra reduz a quebra.

Soja

De 40% a 45% da área já está plantada. O plantio segue em ritmo normal para esta época, estando as regiões que plantam mais tarde (Joaçaba, Curitibanos e Lages) com 30 a 35% plantado. A cultura da soja por ser cultivada nas regiões, cujo clima segue normal e também por ter época de plantio mais tardia, não deverá ter os mesmos problemas que as demais culturas.

Fumo

As perdas na cultura, em Santa Catarina, devem ser da ordem de 10 a 15%, em média, sendo mais expressivas na Região Sul Catarinense, onde podem chegar a 20%. O fumo de modo geral não foi comprometido somente pelo excesso de chuvas dos últimos dias. As perdas são acumulativas e decorrentes das insistentes chuvas e também pela falta de luminosidade. Por conta disso, a cultura não se desenvolveu como o esperado e sua qualidade está comprometida (fumo muito leve, com poucas folhas). Parte da cultura em desenvolvimento vegetativo, ainda pode ser parcialmente recuperada, com tratos culturais e um reforço na adubação de cobertura.

Olericultura

O excesso de chuvas nos últimos dias piorou significativamente a situação dos produtores de hortaliças da região litorânea, que já acumulavam fortes prejuízos nos últimos 3 meses, principalmente, das folhosas.. Além das perdas já consumadas, o cronograma de preparo de solo, transplante e desenvolvimento das culturas sofreu interrupção prejudicando o abastecimento futuro. As perdas ainda estão sendo levantadas.

No Vale do Rio Canoas as operações de preparo do solo e plantio transcorrem normalmente, sem alteração de cronograma, o mesmo acontece na região do Meio Oeste.

Fonte: Epagri

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