Boa radiação solar deve compensar falta de chuva na Fronteira Oeste do RS, para o arroz

Com a maior área plantada do Estado, a Fronteira Oeste gaúcha prepara-se para colher uma boa safra de arroz a partir de fevereiro. Mesmo com problemas pontuais por causa da estiagem, as lavouras da região estão com desenvolvimento satisfatório e muitas já evoluíram para a fase reprodutiva, quando se inicia a formação do cacho do arroz. “Temos problemas pontuais de falta de água, mas a radiação solar está boa”, afirma o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer.

 

Na safra 2010/2011, a Fronteira semeou 328 mil hectares do cereal. Isso representa 8% a mais, se comparado com o período anterior. De acordo com a agrônoma do Irga em Uruguaiana, Síntia Trojan, em alguns municípios da região, como Quaraí e Alegrete, as barragens estão com níveis baixos, podendo haver perda de potencial produtivo em função da irrigação deficiente. “Apesar disso, temos uma boa expectativa em relação à produtividade”, diz.

 

Segundo a agrônoma, a região apresenta níveis de radiação solar essenciais para a cultura do arroz, o que pode compensar a estiagem e as consequentes perdas da lavoura. “De forma geral, o ano será de boa produção, mas algumas áreas sofrerão com a falta de água”, informa. Os municípios de Itaqui, São Borja e Santo Antônio das Missões, que também possuem uma produção de arroz expressiva, não apresentam falta de água, e as plantas de arroz se desenvolvem normalmente.

 

Clima

 

Para a consultora da Somar Meteorologia, Cátia Valente, o verão deve ter chuvas próximas da média histórica no Rio Grande do Sul. “Não teremos um verão chuvoso, apenas uma ou outra frente fria entre os meses de janeiro e fevereiro”, prevê. A temperatura mais elevada da água do Atlântico junto à costa da Argentina, Uruguai e Região Sul do Brasil, poderá favorecer a ocorrência de chuvas fortes e esporádicas durante a estação.

 

Guilherme Flach

Instituto Rio Grandense do Arroz

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