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Londrina, no Paraná, sediou entre 26 e 28 de julho, a 10ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT) e o Fórum Nacional do Trigo 2016. Nesta edição, a Biotrigo Genética apresentou para cerca de 250 produtores, técnicos e pesquisadores da triticultura brasileira duas novas cultivares de trigo: TBIO Energia I e TBIO Alpaca.
Entre os destaques da Reunião está uma nova tecnologia para trigo que passa a fazer parte das indicações técnicas da Comissão para os produtores nas próximas safras. O TBIO Energia I, cultivar desenvolvida pela Biotrigo Genética, chega ao mercado como a primeira cultivar de trigo do Brasil posicionada exclusivamente para produção de silagem, feno e pré-secado à alimentação animal. Segundo o engenheiro agrônomo e supervisor comercial da Biotrigo, Tiago De Pauli, a cultivar possui ciclo médio com corte precoce, o que permite a antecipação da cultura sucessora. "A finalidade é suprir uma demanda de produção de forragem com boa qualidade no período de inverno-primavera, onde há uma grande quantidade de área disponível, permitindo assim que sejam produzidos e conservados os alimentos para serem ofertados durante os períodos do ano de maior escassez", explica. A tecnologia é destinada para a região sul do Paraná e para os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em 2017, a cultivar entra para multiplicação e, em 2018, os agricultores pecuaristas terão acesso a cultivar podendo semear em suas propriedades.
Já o TBIO Alpaca é um material voltado para a produção de biscoitos, conforme explica o melhorista e diretor da Biotrigo, André Cunha Rosa. "A maioria dos programas de melhoramento do Brasil estão voltados para a produção de trigos para panificação, já que este nicho de mercado corresponde a mais de 50% do consumo de farinha. Com isso, a oferta de trigos para biscoitos, se reduziu, aumentando a demanda pela variedade", ressalta. O TBIO Alpaca se destaca a campo, demonstrando excelentes resultados nas diversas regiões tritícolas do Sul do Brasil. Por sua qualidade especial para biscoitos, o cultivo do TBIO Alpaca será direcionado a projetos de segregação visando tanto manter sua qualidade, quanto proteger o mercado de panificação de mistura com trigos de outras aptidões. Segundo o melhorista, trigos para biscoito são demandados e bem remunerados nos dias de hoje. No entanto, tem qualidade muito diferente da demandada para panificação e a mistura desordenada de trigos de ambas as classes pode comprometer as duas. A cultivar já está a campo nesta safra, ainda em pequena escala.
Extensões de uso
Além dos lançamentos, foram oficializadas as extensões de uso do TBIO Toruk, TBIO Sossego, TBIO Noble, TBIO Sintonia, TBIO Mestre e TBIO Iguaçu para os Estados de Minas Gerais e Goiás. Essas extensões demonstram a adaptação ampla das cultivares TBIO que agora vem oferecer aos produtores desta região a mesma produtividade, qualidade e, principalmente, segurança já vistas em outros estados. Segundo o Supervisor Comercial da Biotrigo para o Cerrado, Engenheiro Agrônomo Deodato Matias Junior, a demanda por maiores níveis de resistência, especialmente à Brusone, sinaliza a importância de ter novas opções de genética para aquela região. “O Cerrado brasileiro têm excelentes condições para a produção de trigo, além de ser uma importante ferramenta dentro do sistema de rotação com outras culturas. É preciso ajustar a janela ideal de semeadura para cada microrregião, somando o potencial genético a um manejo adequado, garantindo a colheita de um cereal com alta qualidade em um momento em que o mercado está desabastecido", afirma Matias. Com esta extensão, já para a safra 2017, estas cultivares serão incluídas no Zoneamento do Trigo e será possível o acesso à seguro agrícola pelos produtores destas regiões.
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