Biotecnologia é caminho para aumentar oferta de alimentos e preservar recursos naturais

07.02.2011 | 21:59 (UTC -3)

O pesquisador Marcelo Gravina, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estará no Show Rural Coopavel, no estande da Coodetec, para conversar com os participantes da feira a respeito da adoção dos transgênicos no mundo, seus benefícios para o meio ambiente e as principais novidades da biotecnologia para o aprimoramento das práticas de cultivo, melhoria na qualidade dos produtos agrícolas e aumento da renda dos produtores.

 

De acordo com Gravina, a biotecnologia empregada à agricultura representa um avanço importante. “Trata-se de uma tecnologia inovadora, que não apenas permite redução de custos, e, consequentemente, ganhos econômicos para o produtor, como também apresenta vantagens bastante relevantes no que diz respeito à preservação de recursos naturais”, enfatiza o pesquisador.

 

No Brasil

 

Segundo maior produtor mundial de transgênicos, o Brasil tem hoje 27 eventos aprovados para cultivo e comercialização, sendo todos eles eventos de soja, milho e algodão com características de resistência a insetos e/ou tolerância a herbicida.

 

Mas já está sendo avaliada na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança uma variedade de feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, trabalho de pesquisa realizado no Brasil pela Embrapa. “É uma variedade inédita no mundo e que, se aprovada, poderá reduzir em grande escala as perdas decorrentes da doença mais importante do cultivo do feijão”, ressalta Gravina.

 

Pelo mundo

 

Há muito mais por vir. Diversas outras variedades com características agregadas estão sendo pesquisadas e efetivamente já cultivadas em sete países, a exemplo do milho, que tem oito genes inseridos e controla uma ampla variedade de insetos e tolera diferentes herbicidas.

 

O pesquisador da UFRGS e membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) falará dessa variedade e também de outras, como o milho com fitase, que é mais eficiente porque melhora a digestão de fósforo nos suínos – o que trará incremento do crescimento dos animais e redução da poluição causada pelos dejetos – e do milho com lisina, aminoácido que é adicionado à alimentação de aves e suínos.

 

Aumento da oferta de alimentos

 

Gravina acredita que a aplicação da biotecnologia na agricultura terá um papel fundamental nas próximas décadas, especialmente no desenvolvimento de variedades que melhorem a qualidade dos alimentos e aumentem a produtividade. Um estudo encomendado pelo governo britânico, relatório Foresight Report on Food and Farming Futures concluiu que a produção de alimentos deve crescer 40% nas próximas duas décadas para evitar o aumento da fome global.

 

Para o cientista John Beddington, chefe do Conselho Científico do Governo e líder do programa Foresight, a população mundial chegará a aproximadamente 8 bilhões de pessoas em 20 anos, o que gerará um aumento da demanda não apenas por comida, como também por água potável (30%) e energia (50%).

 

O documento ressalta que, para transformar esse cenário, não há uma solução única. Segundo o material, será necessário um conjunto de ações que proporcione importantes mudanças nos sistemas de produção, gerando aumento da oferta de alimentos em linha com práticas sustentáveis e preservação do meio ambiente. Para tanto, os pesquisadores recomendam que não sejam descartadas as novas tecnologias, a exemplo da modificação genética de organismos vivos, a clonagem na pecuária e a nanotecnologia.

 

Veridiana Marques

Perspectiva Assessoria de Comunicação

(11) 3706-3333

veridiana.marques@perspectivabrasil.com.br

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