Bioenergia, meio ambiente e cana foram discutidos em simpósio

22.06.2009 | 20:59 (UTC -3)

A bioenergia é obtida a partir de materiais orgânicos de origem vegetal ou animal, sendo por isso considerada renovável. No caso brasileiro, o destaque é para os produtos energéticos obtidos da cana-de-açúcar. A pesquisadora Nilza Patrícia Ramos, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP), falou sobre esse tema no IV Simpósio Tecnológico da Fatec, em Mococa/SP, dia 19.

Conforme a pesquisadora, os benefícios ambientais do uso de biocombustíveis ainda estão sendo levantados. Estes estudos buscam resultados que comprovem, efetivamente, que os atuais sistemas de produção respeitam a capacidade do ambiente em fornecer recursos naturais com garantias ao bem-estar e padrão de vida das atuais e futuras gerações.

“Sem nenhuma pretensão de esgotar um assunto tão complexo, pretende-se nesta apresentação trazer elementos que mostrem o fortalecimento da bioenergia, tanto em nível mundial como nacional, diante da demanda exponencial por energia limpa e de menor impacto ambiental”, explica.

As respostas à sociedade para questões que envolvem o etanol de cana-de-açúcar como as mudanças climáticas, a competição com alimentos, a concentração de terras, o uso da água, o desmatamento ilegal, a intensificação de uso de insumos químicos, a geração e destinação dos resíduos, além da alta mecanização e expulsão do homem de suas terras - promovendo a pobreza urbana e rural- vêm sendo pesquisadas para diferentes regiões do Brasil.

Como resultados preliminares, alcançados em diferentes grupos de estudo, a pesquisadora esclarece que verificou-se a redução de emissões de gases de efeito estufa com a diminuição intensiva da operação de queima, a melhor conservação dos solos com a permanência da palhada em superfície, a redução de uso de fertilizantes com o aproveitamento da vinhaça e torta de filtro, além da geração de energia elétrica com o uso do bagaço.

“Em resumo, houve balanços energéticos positivos resultantes de boas práticas agrícolas e industriais. Por outro lado, há previsão de incremento no consumo de água com a possível intensificação de irrigação, o baixo acesso dos fornecedores de cana à vinhaça, à torta de filtro e ao rendimento extra gerado pela cogeração com bagaço. Também há a necessidade de estudos mais consistentes sobre os impactos da mudança indireta no uso da terra (ILUC), entre outras preocupações”.

Outro ponto observado é o aumento das iniciativas para certificação socioambiental de biocombustíveis, com a busca do uso responsável e eficiente dos recursos naturais, evitando danos ao meio ambiente e permitindo que as gerações futuras não sejam prejudicadas.

A pesquisadora destaca a necessidade de conscientização da sociedade a respeito dos impactos de consumo irresponsável dos recursos, de pesquisa, desenvolvimento e inovação em novas tecnologias para produção de bioenergia, de produção de biomassa usando boas práticas de cultivo e de maior adesão do setor produtivo, conscientizando-se dos benefícios de longo prazo, com participação no diálogo entre o governo e a sociedade, de forma a transmitir e solidificar a credibilidade da bioenergia brasileira.

A Faculdade de Tecnologia de Mococa (FATEC-Mococa) é uma Instituição pública vinculada ao Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza”.

Cristina Tordin

Embrapa Meio Ambiente

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