Avança plantio do milho no Rio Grande do Sul

03.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
Júlio Fiori

O plantio do milho está praticamente concluído nas grandes áreas das principais regiões produtoras, na parte norte do estado do Rio Grande do Sul, chegando a 68% do total estimado para esta safra. Com isso, a atual safra está 10 pontos percentuais à frente da média verificada nos últimos cinco anos. O desenvolvimento vegetativo das plantas é considerado muito bom pelos técnicos da Emater/RS-Ascar, devido às boas condições meteorológicas das últimas semanas, levando a um aumento na expectativa de produtividade, por parte dos produtores. A maioria das lavouras em desenvolvimento mais adiantado apresenta um excelente padrão de crescimento.

Mesmo com as pequenas interrupções causadas pelas chuvas, a colheita do trigo segue em ritmo considerado normal, segundo os técnicos da Emater/RS-Ascar e produtores, alcançando 35% da área plantada nesta safra. A qualidade do produto retirado das lavouras neste primeiro terço é considerada boa - pH acima de 79 -, assim como os rendimentos obtidos até o momento, que, em muitos casos, ficam próximos aos 3.000 kg/ha. As lavouras que ainda se encontram em fase de formação de grão – 29% do total - também apresentam sanidade e potencial produtivo muito bom, beneficiadas pelas condições de tempo seco.

Apesar da boa qualidade do cereal colocada no mercado pelo produtor, o preço da saca de 60 kg de trigo segue abaixo da média dos últimos anos, o que traz insatisfação e prejuízo para o agricultor. Nesta última semana, a cotação do produto teve uma queda de 0,45% no preço médio estadual, ficando em R$ 24,18.

O plantio da soja avançou 12 pontos em relação à semana passada, alcançando 20% do total a ser semeado no Estado. Esse percentual coloca a atual safra no mesmo patamar verificado no ano anterior. Em muitas áreas, os produtores colhem o trigo e plantam a soja na sequência, favorecendo as condições de conservação do solo, além de acelerar o processo de implantação da safra como um todo. O bom momento pelo qual passa a cultura, principalmente em termos de cotação do produto, também tem feito com que os produtores se animem na aplicação dos insumos. As informações são de que, em vários casos, o uso de fertilizantes, este ano, poderá ser maior do que nos últimos anos, atingindo média superior a 220 kg/ha.

Na região serrana, está tecnicamente concluída a colheita da safra de citros, com os pomares apresentando boa produtividade e qualidade dos frutos. Já as cotações se mantiveram, na maior parte do período, em valores pouco atraentes. O preço médio da bergamota da variedade Montenegrina, na propriedade, é de R$ 2,30/kg e, para a laranja variedade Valência, de R$ 0,45/kg.

Com a entrada da primavera, as espécies forrageiras dos campos nativos restabelecem o ritmo de seu desenvolvimento vegetativo, que foi retardado durante o inverno. Até mesmo as gramíneas anuais cultivadas de inverno, como a aveia e o azevém, que se encontram em final de ciclo, ainda apresentam condições que permitem seu aproveitamento pelos animais. Na maioria das propriedades que se dedicam a exploração pecuária, continuam os trabalhos de implantação das pastagens perenes e anuais de verão, como Tifton, sorgo forrageiro, capim-sudão milheto, aveia de verão, entre outras. Os produtores de leite intensificam a implantação de lavouras de milho para a produção de silagem, sendo que, nas regiões de temperaturas mais elevadas do Estado, os agricultores realizam tratos culturais, como controle de ervas espontâneas e, especialmente, adubação nitrogenada de cobertura.

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