Associados C.Vale: 20 mil cartas pedindo mudanças no Código Florestal

24.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

Cerca de 20 mil cartas já foram enviadas aos deputados federais e senadores do Paraná pelos associados da C.Vale pedindo mudanças no Código Florestal. Correspondências eletrônicas também estão congestionando caixas de e.mail de alguns deputados.

Com essa campanha os produtores querem influenciar os debates sobre o tema no Congresso Nacional, previstos para começar em maio. A principal reivindicação dos associados da C.Vale é de que o novo Código Ambiental obrigue apenas à manutenção de matas ciliares – áreas com, no mínimo, 30 metros de largura ocupadas por árvores nas margens de rios e córregos.

A iniciativa dos associados dá C.Vale já está sendo seguida por outras cooperativas e estados. “Essa estratégia não deve ficar limitada aos produtores. Toda sociedade deve se envolver”, diz o presidente da C.Vale Alfredo Lang. Segundo ele, caso o código seja aprovado no formato que está, todos serão prejudicados. “O comércio, a indústria, os prestadores de serviço, as prefeituras, todo mundo vai ser afetado. Se os agricultores tiverem que deixar de plantar em 20% das propriedades, teremos 20% a menos de produção e de riquezas circulando na economia”, alerta. Para Lang, isso equivaleria a uma quebra de safra permanente de 20%. Por isso, continua, “quem quiser mandar cartas, pressionar os deputados e senadores, deve fazer isso. Assim teremos mais força para mudar essa legislação”. O presidente da C.Vale, enfatiza que os produtores não são contra as florestas, mas árvores devem ser plantadas nas áreas que não são favoráveis à produção de alimentos.”

Reunião

Nesta segunda-feira (27/04), os presidentes das cooperativas agropecuárias do Paraná se reunirão em Curitiba, com deputados federais, senadores e com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para discutir sobre alterações no Código Florestal.

BR tem 32% das florestal do planeta

Se a legislação ambiental fosse cumprida à risca e todas as demandas por terras fossem atendidas, o Brasil comprometeria mais de 75% de seu território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. A soma das áreas reivindicadas para reforma agrária, preservação ambiental, para indígenas, quilombolas (descendentes de escravos) e para ampliação da área de cultivo totalizaria 6,4 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente às áreas da Argentina, Uruguai, Bolívia, Peru e Colômbia juntas. Levantamento realizado pela Embrapa Monitoramento por Satélite revela que as unidades de conservação, as áreas de preservação permanente, as reservas legais e as terras indígenas ocupam 6 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, 71% da área territorial do Brasil.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes revela através de números comparativos sobre a preservação de florestas no mundo, o Brasil tem 32% das florestas originais do planeta enquanto a Europa possui menos de 1%. Segundo ele que um holandês polui 18 vezes mais que um brasileiro e, em seguida, comentou: “E onde estão as ONGs européias? Estão no Brasil, não estão lá.” O ministro, porém, fez questão de esclarecer que é a favor do desmatamento zero na Amazônia. “Não faz sentido derrubar 5 mil árvores na Amazônia para colocar 5 mil bois e gerar dois ou três empregos. Temos 200 milhões de hectares de pastagens degradadas e subutilizadas”, observou.

Demanda por terras no Brasil* (em Km2 )

Reforma agrária: 3.044.854

Preservação ambiental: 2.927.842

Quilombolas: 250.000

Agricultura: 157.500

Indígenas: 75.000

Total: 6.455.196

Brasil (extensão territorial): 8.514.876

* Com reserva legal

Fonte: Embrapa Monitoramento por Satélite

Fonte: C.Vale

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