Fixação biológica de nitrogênio pode reduzir as emissões de GEE na agricultura
"Uma das soluções para reduzir essas emissões é aplicar menos fertilizante nitrogenado nas lavouras, mas isso tem que ser feito sem prejudicar a produção"
A partir do próximo inverno, os viticultores que integram as regiões de Flores da Cunha, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Vale dos Vinhedos, todas detentoras de Indicações Geográficas de Vinhos Finos, poderão acompanhar no campo o desempenho de novos clones das cultivares que melhor expressam as características de cada terroir. Isso será possível graças ao contrato celebrado no início do mês de dezembro, entre a Embrapa Uva e Vinho e as Associações dos Produtores de cada Indicação – Apromontes, Aprobelo, Asprovinho e Aprovale.
O contrato é a formalização da parceria para execução do projeto "Seleção e avaliação de clones de variedades viníferas visando maior qualidade dos vinhos de indicações geográficas - Fase I", aprovado com recursos da Embrapa. O líder do projeto, pesquisador Adeliano Cargnin, destaca que as tratativas iniciaram com a definição de duas cultivares representativas para cada Associação (veja lista completa abaixo) e a identificação de novos clones junto a viveiros italianos para importação. “Realizamos um estudo detalhado de novos materiais que apresentam características diferenciadas e que poderão agregar maior tipicidade aos vinhos de cada região. Selecionamos cerca de oito clones distintos de interesse para cada uma das cultivares", explicou Cargnin, que é especialista na área de melhoramento genético.
A implantação dos experimentos irá ocorrer a partir do mês de julho do próximo ano, com mudas importadas da Itália. A previsão é realizar a avaliação agronômica e as vinificações dos clones importados. “Com certeza será necessária uma Fase II do projeto, que deverá começar em 2020, para garantir uma recomendação precisa do melhor clone para evidenciar a tipicidade de cada uma das regiões", ponderou Cargnin. Ao término do projeto, os resultados obtidos serão compartilhados com todo o setor produtivo.
"Este projeto é um exemplo de pesquisa colaborativa entre o setor público e o privado, representado pela associação dos produtores, as quais ajudaram a formular o projeto, elegendo prioridades, e participando com custeio parcial dos experimentos a serem realizados", avaliou o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus.
Além da Embrapa Uva e Vinho e das Associações de Produtores, o projeto também conta com a participação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e Embrapa Produtos e Mercado.
Cultivares por região:
IP Vale dos Vinhedos (Aprovale) – Cultivares selecionadas: Merlot e Chardonnay – experimento será instalado na Casa Valduga
IP Pinto Bandeira (Asprovinho) – Cultivares Chardonnay e Pinot Noir – experimento será instalado na Vinícola Aurora
IP Altos Montes (Apromontes) - Cultivares Cabernet Franc e Merlot – experimento será instalado na Luiz Argenta Vinhos Finos
IP Monte Belo (Aprobelo) – Cultivares Riesling Itálico e Cabernet Franc – experimento será instalado na Vinícola Calza
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
"Uma das soluções para reduzir essas emissões é aplicar menos fertilizante nitrogenado nas lavouras, mas isso tem que ser feito sem prejudicar a produção"
"A depender do grau de comprometimento da lavoura, justifica-se, em tese, a destruição dos 'pés' como forma de erradicação, sobretudo à luz do princípio da supremacia do interesse público"