Assentamento Margarida Maria Alves comemora boa safra de algodão colorido orgânico

28.10.2013 | 21:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

Apesar da seca deste ano, a comunidade rural Margarida Maria Alves, localizada no município de Juarez Távora (PB), comemora a boa safra de algodão colorido orgânico. Foram plantados 15 hectares, com uma produtividade de 1.500 quilos por hectare. Toda a produção foi vendida para a indústria têxtil local, a R$ 9,40 o quilo da pluma. As peças confeccionadas a partir da fibra serão exportadas para países como Alemanha, França, Estados Unidos, entre outros.

“Essa safra é muito importante, pois vai resolver o problema de abastecimento da cadeia produtiva do algodão colorido da Paraíba”, avalia o analista da Embrapa Algodão, Waltemilton Cartaxo. Segundo ele, os agricultores cultivam o algodão colorido orgânico como uma alternativa para complementar a renda familiar. “Além do algodão, os produtores do assentamento também plantam culturas de subsistência como feijão, milho, fava, macaxeira, entre outras”, afirma.

Criado em 1998, o assentamento Margarida Maria Alves conta atualmente com 36 famílias, das quais 12 cultivam o algodão colorido. Um ano após a sua criação, a comunidade rural foi escolhida para a implantação do projeto piloto Algodão e Cidadania, coordenado pelo COEP em parceria com a Embrapa Algodão.

Conforme o analista da Embrapa Algodão, a proposta do projeto era estimular o cultivo do algodão orgânico, com o objetivo de inserir os produtores em um nicho de mercado promissor. “A base para ampliar a renda dos agricultores assentados se consolidou com a implantação de uma miniusina descaroçadeira do algodão e uma prensa enfardamento da fibra, constituindo-se assim, o primeiro núcleo de produção verticalizada de algodão da agricultura familiar do Brasil. Com isto, os agricultores beneficiam o próprio algodão, separando a pluma do caroço, agregando maior valor à pluma que é comercializada diretamente na indústria, aumentando em até quatro vezes o seu rendimento, em comparação com a venda convencional do algodão em rama”, destaca Cartaxo.

A agricultora e tesoureira da associação dos produtores, Margarida da Silva Alves, ou Dona Preta, como é conhecida pela comunidade, lembra que um fator importante para a sustentabilidade do projeto foi a capacitação para convivência com o bicudo, principal praga do algodoeiro e responsável pela decadência do algodão no Nordeste. “A Embrapa nos trouxe muitos ensinamentos sobre o bicudo, como conviver com ele, como combater, e isso foi muito importante porque a partir daí a gente começou as capacitações, como plantar, como saber se já está muito infestado, e a gente foi aprendendo e, hoje, convivemos com o bicudo sem usar nenhum agrotóxico”, afirma.

Histórico

Com uma população predominantemente rural e renda média familiar inferior a um salário mínimo, o município de Juarez Távora, na Paraíba, tem uma economia baseada na agricultura, principalmente do algodão e enfrentava diversos problemas como baixa produtividade, má qualidade da fibra e rigorosas secas. O primeiro passo para viabilizar a produção foi a capacitação dos trabalhadores em novas tecnologias de cultivo, desde a preparação do solo, escolha da semente adequada, controle do bicudo, descaroçamento, prensagem e enfardamento. Com isso, foi possível aumentar a qualidade da fibra, a produtividade e o rendimento econômico da cultura.

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