UCB e SNA realizam Fórum de Medicina Veterinária
As perspectivas para o preço de venda do feijão neste ano de 2010 são de alta devido à queda na oferta do produto ocasionada pela pouca produção em decorrência da forte seca que enfrentamos.
Apesar de todas as manifestações pseudo-ambientais contrárias ao agronegócio, em especial ao armazenamento de água para irrigação, há de se considerar que não fosse o cultivo irrigado do feijão o preço certamente se elevaria ainda mais, isso em se admitindo a hipótese de quase não haver oferta do produto no mercado.
Felizmente os associados da ASPIPP são altamente tecnificados e utilizam em sua maioria expressiva a irrigação via pivô central, que é a mais eficiente para o cultivo de grãos. Desta forma conseguem produzir, em períodos normais, duas vezes mais do que nas áreas de sequeiro. Em períodos de veranico como o que acabamos de enfrentar esta proporção sobe ainda mais.
No entanto, para se cultivar feijão ou qualquer outra cultura sob irrigação é necessário reservar água com esta finalidade, é o que defendemos de longa data e também é a opinião da FAO – Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, conforme nota da BBC Brasil de fev/07 cujo título era: “Em 20 anos, faltará água para 60% do mundo, diz ONU a FAO incentiva o armazenamento de água para a Agricultura Irrigada”.
A agricultura irrigada gera mais empregos, produz mais alimentos em menor área plantada, dá estabilidade à economia agrícola. Em 1850 era necessário o trabalho de quatro agricultores para alimentar cinco pessoas, em 2000 um agricultor alimentava cem pessoas. A área irrigada no Brasil em 1950 era de 64.000 hectares que passaram para 3.440.000 hectares em 2003, sendo que o Brasil tem potencial para 29.564.000 hectares irrigados. Estima-se que em 2030, metade de todos os alimentos produzidos e dois terços de todos os cereais colhidos serão provenientes da agricultura irrigada.
Tendo em vista o aumento populacional e a necessidade cada vez maior de se produzir alimentos sem agredir o meio ambiente, a agricultura irrigada se torna a melhor opção, já que produz mais em num mesmo hectare do que produziria em área de sequeiro, reduzindo assim a necessidade de se abrir novas fronteiras.
Diferente do que se prega na mídia desavisada, os agricultores não são consumidores de água, mas sim usuários considerando que mais de 99 % da água volta para a atmosfera. Há milhões de anos a quantidade de água existente no ciclo do planeta é a mesma, alem disso 90% da água utilizada na agricultura é proveniente de reservatórios (açudes) que foram construídos com recursos financeiros dos próprios produtores. Os açudes represam a água excedente no período chuvoso para ser utilizada na escassez, esta mesma água seria perdida se não fosse reservada. Para a construção de açudes existem cálculos de vazão, tamanho e medidas compensatórias ao meio ambiente que são respeitadas pelos associados da ASPIPP.
Outro benefício que se observa além do armazenamento da água para os períodos críticos é o aumento da biodiversidade em torno destes reservatórios. No caso dos associados da ASPIPP o aumento da biodiversidade pode estar relacionado também às tecnologias utilizadas e a outras práticas conservacionistas como o sistema de plantio direto na palha, por exemplo.
Além dos benefícios ambientais, é importante salientar a função social do represamento da água para uso agrícola como o aumento na geração de empregos diretos e indiretos, renda local, diminuição do êxodo rural, arrecadação de impostos e o já citado aumento na produção de alimentos. Diante de todo exposto é que defendemos: Uso da água na agricultura, reservar é compartilhar!
Alfonso Adriano Sleutjes
Diretor Presidente da ASPIPP
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