Arroz Paulista com Qualidade: lançamento oficial neste sábado

05.02.2010 | 21:59 (UTC -3)

A abertura oficial da colheita do arroz no Vale do Paraíba, agendada para este sábado (06/02), contará com a presença do secretário-adjunto de Agricultura e Abastecimento, Antonio Julio Junqueira de Queiroz, que vai lançar a ação do Governo do Estado de São Paulo batizada de “Arroz Paulista com Qualidade”, a partir das 10 horas.

Encabeçada pelo Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Pasta (DSMM/Cati/SAA), a ação tem como objetivo aproximar o produtor rural e as agroindústrias arrozeiras paulistas, usando como elo o DSMM, único produtor de sementes de arroz do Estado.

O trabalho é feito com a colaboração de agricultores, o que inclui análise, classificação, embalagem e certificação, sempre com atenção à sustentabilidade ambiental. Também participam os escritórios de desenvolvimento rural da Cati, prefeituras, corretores de indústrias de beneficiamento, revendedores de produtos agropecuários e sementes, entidades e assentamentos.

O programa proporcionou, desde sua concepção, a reforma das máquinas de beneficiamento de sementes e reformas do Núcleo de Sementes de Taubaté, aumento na quantidade de sementes produzidas de 400 para quatro mil sacos de 40 quilos (e para 2010 espera-se ainda mais), diversificação na oferta de cultivares, passando de três para cinco, com características ideais para a indústria. Já foram gerados 15 contratos, num total de quase 21 toneladas considerando as unidades participantes - Avaré, Itapetininga, Ribeirão Preto e Taubaté.

A proposta da Secretaria tende a reduzir a dependência de abastecimento de outros Estados, melhorar os processos produtivos e de comercialização, aumentar produtividade e renda do agricultor, gerando produto de melhor qualidade e desejado pela agroindústria arrozeira.

A ação “Arroz Paulista com Qualidade” seleciona previamente agricultores que estabelecem um contrato de produção com as arrozeiras e recebem as sementes adequadas do DSMM. No mesmo documento, as empresas comprometem-se a comprar a produção. As sementes utilizadas só são pagas quando é feita a colheita.

O pagamento é na forma de produto colhido (arroz em casca), na proporção de dois quilos de grãos para cada um quilo de sementes recebidas na hora do plantio.

“Dessa maneira, esperamos ajudar a impulsionar a produção de sementes de qualidade e aumentar a produtividade no campo e na agroindústria de São Paulo”, afirma o diretor do DSMM, Armando Azevedo Portas.

Lázaro Moreto, da empresa Broto Legal - primeira a firmar parceria - diz que a expectativa é boa. “O momento não poderia ser mais oportuno face à situação nacional e internacional da produção de arroz. As culturas implantadas com as variedades de sementes da Cati estão indo muito bem. Esse trabalho estimulou nossa indústria a fazer novos investimentos na planta de Porto Ferreira”, disse.

O ARROZ NO ESTADO - São Paulo é o maior consumidor nacional de arroz, mas recebe de outros Estados cerca de 95% do que consome. Na avaliação do DSMM, são grandes as áreas passíveis de ocupação com arroz no território, porém, as lavouras com a cultura vêm diminuído ano a ano, seja ela irrigada por inundação (em várzeas), seja o arroz de terras altas.

Uma das causas dessa situação seria a falta de integração entre os membros da cadeia produtiva. “Muitos agricultores produzem em São Paulo e vendem a produção bruta, não beneficiada, para Santa Catarina. Muitas indústrias se abastecem no Sul enquanto deixam de adquirir o cereal dos agricultores paulistas por falta de canais adequados de comercialização”, alerta Portas.

Outro motivo é o uso de grãos em vez de sementes para se fazer o plantio, prática que acaba comprometendo seriamente a produtividade e a qualidade, por não agregar novas tecnologias e afetar a qualidade do produto final, conforme explica o agrônomo Glênio de Campos, especialista em rizicultura e diretor do Núcleo de Produção de Sementes de Taubaté.

Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria (IEA), apontados pelo engenheiro agrônomo e diretor do Centro de Produção de Sementes da Cati, Edegar Petisco, no ano agrícola 83/84, a área com arroz era de 341,2 mil hectares; em 2009/2010, 16,8 mil hectares.

Outra fonte, o Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária do Estado (Lupa), traz que em 1995/96 havia pouco mais de 11,1 mil propriedades que cultivavam arroz; no mais recente, referente a 97/98, elas somavam apenas pouco mais de 1,6 mil, numa média de dez hectares por propriedade.

“O arroz surge como uma alternativa para o agricultor que hoje se limita a produzir milho, soja e feijão. Se plantar arroz, terá para quem vender.

Além disso, para o produtor interessa o que ele produz por hectare. Mas não adianta produzir grande quantidade que não tenha a qualidade exigida pelo mercado”, alerta Petisco.

O evento será no sítio Santa Cruz, que fica na Estrada Vicinal Cesare Zangrande, sem número - Guaratinguetá/SP. (Com informações do DSMM. Leia também sobre arroz moti -

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Euzi Dognani/Adriana Rota/Nara Guimarães

Assessoria de Comunicação da Secretaria

11 5067-0069

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