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A tecnologia do aproveitamento agroindustrial de espécies nativas do Cerrado está qualificada pela Assessoria de Inovação Tecnológica (AIT) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa para incubação de empresas. O reconhecimento é mais uma prova de que a riqueza da biodiversidade do Cerrado pode gerar produtos diferenciados que contribuam para criar nichos de mercado ou ampliar a oferta de produtos em mercados ainda pouco explorados.
A indústria de sorvetes e molhos artesanais já faz uso das espécies nativas para ofertar alimentos com aroma e sabor exóticos. Os empreendedores que tiverem interesse em abrir outros negócios para explorar a tecnologia irão ser assistidos pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológica Agropecuária e à Transferência de Tecnologia – Proeta.
A utilização das espécies nativas na gastronomia também é um diferencial comprovado, informa a Embrapa. Durante o Simpósio Nacional sobre o Cerrado, organizado em outubro pela Embrapa Cerrados, os participantes degustaram geléias de frutas nativas, pães enriquecidos com farinha de jatobá, tortas de buriti, e outras receitas criativas que podem ser comercialmente viáveis.
A professora Semíramis Pedrosa Almeida, pesquisadora aposentada da Embrapa Cerrados, estudou cerca de duzentas formas de se preparar pratos diferenciados utilizando 26 espécies, mostrando o potencial do Cerrado na alimentação humana. Segundo a pesquisadora Fabiana Aquino, “é importante ressaltar que diversas espécies vegetais do bioma Cerrado têm potencial econômico e usos múltiplos”. O baru, por exemplo, pode ter uso alimentício, forrageiro, medicinal, madeireiro, industrial, e ainda, no paisagismo e na recuperação de áreas degradadas.
Além do baru, espécie já utilizada na produção de licores e molhos para massas, jatobá, cagaita, araticum e cajuzinho estão entre os frutos nativos do Cerrado que possibilitam a geração de produtos diferenciados. O parecer de qualificação da AIT enfatiza que produtos com apelo regional estão em expansão no mercado e contribuem para a organização de cadeias regionais de produtos naturais. “O bioma Cerrado deve ser palco de ações efetivas visando ao desenvolvimento de pesquisas relacionadas à conservação da biodiversidade e ao estudo de espécies com potencial econômico, principalmente, alimentício”, enfatiza Fabiana.
Produzir molhos, bebidas, doces, geléias e tortas com o uso de frutos do Cerrado é uma oportunidade de dar um toque único a gêneros alimentícios. Além do sabor e aroma peculiar, algumas espécies possuem também elevado valor nutricional. O portfolio da tecnologia disponibilizada pela Embrapa Cerrados ficará disponível no sítio do Proeta (
) e será apresentado em editais de diferentes incubadoras.
Gustavo Porpino de Araújo,
Embrapa Cerrados
(61) 3388 9945 /
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