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A implantação de um Centro de Excelência de Proteínas e Fibras em Mato Grosso foi o tema de uma reunião na manhã desta terça (10), em Cuiabá. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO) convidaram a Universidade de Wageningen, da Holanda, para apresentar o projeto já implantado no Chile. “É uma conversa inicial sobre as potencialidades do Estado e como podemos agregar valor aos produtos produzidos aqui”, diz Ricardo Arioli, ex-vice-presidente da Aprosoja e atual consultor da entidade.
Peter Zuurbier, representante da universidade holandesa, explica que o projeto no Chile iniciou em 2008 demandado pelo governo federal, que buscava agregar valor à produção do país. “O governo chileno decidiu implantar centros de excelência em diversos setores, como mineração, medicina, informática e agroindústria”, conta. Para isto, se uniu à Universidade de Wageningen, universidades locais, institutos de pesquisa e empresas privadas para formatar um plano de negócios.
Da teoria à prática, foram quatro anos de trabalho que resultaram em um documento de 800 páginas. “O processo não foi fácil, pois foi preciso instigar a parceria dos pesquisadores e frear a pressa das empresas privadas, que trabalham com resultados de curto prazo”, diz Zuurbier. Por ser um projeto de resultados em longo prazo, a preocupação dos presentes foi sobre a sustentabilidade do trabalho através de diferentes mandatos estaduais.
Como exemplo das ações do projeto, Zuurbier citou a pesquisa de formas para preservar os produtos (frutas, verduras e hortaliças) frescos por mais tempo para a venda a mercados consumidores. Também a pesquisa que levou à redução de 65% no consumo de energia de containers refrigerados sem perder a qualidade destes produtos.
“A pesquisa, entretanto, é um pilar. O outro é a capacitação dos recursos humanos”, explica o representante da Wageningen. O centro de excelência chileno é uma fundação que tem um comitê consultivo, que define as linhas de pesquisa, tem um corpo de diretores e a equipe técnica operacional.
O vice-presidente da FAMATO, Normando Corral, indagou se em Mato Grosso a solução seria agregar valor aos produtos agrícolas. “Temos a China com principal país comprador da soja e a eles não interessa o produto beneficiado”, lembra. Porém, outros produtos, como os da agricultura familiar, poderiam ser valorizados com este projeto, assim como a cadeia das carnes e do leite.
Autoridades deverão ir ao Chile para conhecer os centros de excelência e avaliar a potencialidade do projeto. Participaram da reunião representantes da Vice-governadoria do Estado, Secretaria de Estado de Tecnologia (Secitec), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
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