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A Ferrogrão foi tema de debate realizado nesta segunda-feira (30), em Sorriso, entre as prefeituras e câmaras municipais de Lucas do Rio Verde e Sorriso, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e o Movimento Pró-Logística. O objetivo do evento foi unir as entidades para que fomentem junto ao Governo Federal a discussão de ampliação de trecho do modal.
Com um projeto original que tem seu início em Sinop (MT) e chegada nas Estações de Transbordo de Cargas (ETCs) de Miritituba, no município de Itaituba (PA), a demanda dos municípios é que o ponto de início da ferrovia seja em Lucas do Rio Verde. A distância entre Lucas e Sinop é de cerca de 160 quilômetros.
O diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, explica que atualmente existe um impasse nesta mudança. Durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, houve a divulgação de um programa de investimento em logística que definiu que a Ferrogrão seria de Lucas até Miritituba.
O problema, segundo Ferreira, é que as empresas que manifestaram interesse na construção da ferrovia definiram em suas propostas o trecho anterior, de Sinop a Miritituba. “Para o trecho entre Lucas e Sinop, existe apenas um pré-projeto e, como há pressa por parte do Governo Federal, o objetivo é que no segundo semestre a ferrovia seja licitada, já com licença prévia”, explica.
Apesar disso, o coordenador da Comissão de Logística da Aprosoja, Antônio Galvan, afirma que a viabilidade da Ferrogrão chegar até Lucas é latente. “Não é uma demanda que atinge apenas Lucas ou Sorriso, mas toda a região. A ampliação da malha beneficiará a todos e é exatamente por isso que a Aprosoja apoia a iniciativa. Uma das decisões tiradas dessa reunião está, por exemplo, na criação de um grupo de trabalho focado no tema”, destaca.
De acordo com o diretor do Movimento Pró-Logística, a Ferrogrão em Lucas poderia transformar o município em um local de grande entroncamento de ferrovias. “A demanda é viável. Lucas contaria com a Ferrogrão, Ferronorte e FICO (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste). Isso significa que poderiam ser acessados portos de Santos, Itaqui e Miritituba, por exemplo. É claro, é bom entender que isso poderá acontecer caso o Governo imponha direito de passagem, para que as concessionárias tenham acesso às vias umas das outras, além de Operador Ferroviário Independente (OFI)”, pontua.
O OFI é voltado para transporte de cargas sem possuir a concessão da via ferroviária. São empresas que possuem trens e vagões e precisam utilizar a ferrovia de terceiros para realizar o transporte.
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