ANPII aponta crescimento superior a 15% ao ano em inoculantes biológicos

Em 2022, as 12 indústrias associadas à entidade entregaram mais de 134 milhões de doses de inoculantes biológicos

24.08.2023 | 16:04 (UTC -3)
Michele Stella, edição Cultivar

Dados da Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), em série iniciada em 2009, indicam que o crescimento no uso de inoculantes biológicos supera os 15% ao ano. Em 2022, as 12 indústrias associadas à entidade entregaram mais de 134 milhões de doses de inoculantes biológicos nas diversas culturas agrícolas do Brasil (especialmente soja, milho, cana, trigo e feijão).

“Os insumos biológicos vêm ganhando força no campo como alternativas aos insumos tradicionais, com várias finalidades e benefícios, como o de suprir o nitrogênio (N) através da fixação biológica; a solubilização de nutrientes, como o fósforo (P), presente nos solos, mas indisponível para as plantas; e a promoção de crescimento, através da liberação de fitohormônios pelas 'bactérias do bem'”, explica Solon Cordeiro de Araujo, diretor executivo da ANPII.

Os tradicionais inoculantes biológicos baseados em bactérias do gênero Bradyrhizobium representaram 57,4% das vendas levantadas em 2022. Produtos mais novos, com Azospirillum e Pseudomonas, responderam pelos 38,6% restantes.

A soja lidera a utilização com 81,8% do valor das vendas. O milho corresponde a 11,5%. A cana vem na sequência, com 2%. “Além dos bons resultados nessas culturas, os inoculantes têm se mostrado poderosos aliados em outras lavouras, como trigo e feijão”, afirma Solon.

No caso específico da soja, de acordo com o diretor executivo da ANPII, “a pesquisa oficial registra uma média de 8% no aumento da produtividade, com a reinoculação, ou seja, utilização de inoculação em todas as safras, com bactérias do gênero Bradyrhizobium”.

Solon ainda destaca: “Sabemos também que a coinoculação, a utilização conjunta de Bradyrhizobium e Azospirillum, proporciona ganhos de 16% na produtividade. São números extremamente positivos e que reforçam o papel de sustentabilidade econômica dos inoculantes biológicos na sojicultura nacional, além da dispensa do uso de fertilizantes químicos nitrogenados”.

Na cultura da soja, de acordo com dados coletados por institutos de pesquisa, os inoculantes foram adotados em mais de 80% da área plantada na safra 2022/2023. Já a coinoculação ficou entre 35% e 40% da área da cultura em território brasileiro.

No caso do milho da safra principal, os inoculantes biológicos chegam a mais de 22% da área plantada, com avanço gradual a cada ano. “O uso desses biológicos no milho tende a crescer ainda mais nas próximas safras, uma vez que recentemente houve recomendação da Embrapa da possibilidade de redução de até 25% dos fertilizantes químicos nitrogenados utilizados na cultura, com a implementação de inoculação com Azospirillum, após mais de 10 anos de condução de trabalhos científicos, nas mais importantes áreas produtivas da cultura no Brasil”, complementa Solon, apontando para um cenário ainda mais promissor quando se trata do mercado de inoculantes biológicos em gramíneas.

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