Análise histórica dos preços de soja e arroz indica o melhor período do ano para comercialização dos grãos
Levantamento compara preços médios alcançados por ambas as culturas entre 2006 e 2021, sugerindo a melhor época do ano para comercialização dos grãos
14.04.2022 | 14:07 (UTC -3)
Safras & Cifras
A Safras & Cifras analisou os preços de venda do saco do arroz em casca e da soja no Rio Grande do Sul entre os anos de 2006 e 2021, e identificou o que pode ser o melhor período para comercialização dos grãos durante o ano. O estudo, realizado pela equipe de Gestão Econômica e Financeira da empresa de consultoria, levou em conta os valores médios pagos entre os meses de janeiro e dezembro durante os últimos 15 anos, corrigidos conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até dezembro de 2021.
Os dados obtidos junto ao Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da Universidade de São Paulo (USP) e ao AgroLink, indicam os meses em que o arroz e a soja no RS apresentaram os menores e os maiores preços. Tanto para rizicultores, quanto para sojicultores, o melhor retorno na comercialização foi alcançado de setembro a novembro para o arroz, e de outubro a dezembro para a soja.
No caso do arroz, os valores médios pagos no período histórico avaliado giraram em torno dos R$ 60,95, enquanto a soja alcançou uma média de R$ 97,62. No mesmo intervalo, os meses com pior preço de venda foram março e abril para o arroz, com média de R$ 53,39, e fevereiro a abril para a soja, com média de R$ 89,74. “O produtor que consegue segurar a comercialização dos grãos, acaba tendo mais lucro”, aponta o diretor da Safras & Cifras, José Ney Vinhas.
Considerando o período analisado, durante o ano a variação pode chegar a 14,18% no arroz e a 8,79% na soja. Isso significa que quem vende 30 mil sacas de arroz entre março e abril, ganharia R$ 227 mil a mais se vendesse entre setembro e novembro. No caso da soja, a mesma quantidade de sacas – 30 mil – renderia R$ 2.928.600,00 se vendidas entre outubro a dezembro, ficando em R$ 2.692.200,00 quando comercializadas entre fevereiro e abril, ou seja, R$ 236.400,00 a menos de receita.
Gestão Econômica e Financeira
Frente às demandas relacionadas ao pagamento de fornecedores, financiamentos e a aquisição de insumos para a safra seguinte, nem todo empresário rural pode esperar o melhor período para vender a produção. Daí a necessidade de uma boa Gestão Econômica e Financeira, capaz de abrir caminhos para que o produtor consiga esperar a época ideal para comercialização dos grãos.
Através da adoção de ferramentas de controle efetivas, é possível acompanhar o fluxo de caixa da propriedade e planejar estratégias que permitam uma maior saúde financeira. “Com um bom planejamento e utilizando estas informações de mercado, aplicando e adaptando essas à realidade do seu negócio, é possível segurar a venda dos grãos até que se obtenha o melhor preço. Mas para isto acontecer, é necessário uma boa gestão e o acompanhamento efetivo e permanente das receitas e despesas da empresa rural”, orienta a consultora da Safras & Cifras, Carolina Reichow.
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